29 de junho de 2007

Сталкер

O Orkut proporcionou um dos mais impressionantes fenômenos da "vida eletrônica" mundial: os stalkers de profiles. Stalkers não são exatamente algo novo, já que os otakus japoneses são mestres nisso acho que desde o início da década de 80 - ou antes. E stalkering eletrônico também não é novo, já que os fotologs - e, principalmente, as fotologgers - proporcionaram muitas horas de diversão para muita gente, enquanto aguardavam o download do mais recente Final Fantasy ou matavam aqueles n00bs no Runescape. Mas stalker sempre teve a negativa conotação de gente que olha à extenuação o profile de outras pessoas na dita comunidade (a-hem).

A origem do nome na cultura de massa, no entanto, tem sua origem um pouco mais nobre e até mesmo fora da indústria cultural, no sentido frankfurtiano. Está no filme "Stalker", de 1979, dirigido por Andrei Tarkovski. Por sinal, o melhor diretor soviético na minha opinião, batendo nomes mais "batidos" como Eisenstein e Vertov. Basicamente, a história é a seguinte (pelo que vi na sinopse e no livro do Tarkovski, "Esculpir o Tempo", já que o filme mesmo eu não vi :P): numa wasteland pós-apocalíptica, dois sujeitos encontram um terceiro em uma espécie de bar, e o trio ouve falar de uma sala mágica onde os desejos são realizados. Sabendo disso, saem em busca da dita sala, mesmo sabendo que mitos desse tipo surgem o tempo todo em uma situação desesperançada. Quem lidera a jornada é justamente o terceiro sujeito, que não coincidentemente, se chama Stalker.

Até aí, nada de mais. Agora, onde pombas foram arranjar inspiração pra relacionar uma coisa com a outra? Por que é uma inspiração pobre demais simplesmente adaptar um termo inglês utilizado para caçar. Me recuso a acreditar nisso. Sério.

Nenhum comentário: