31 de outubro de 2009

Coisas (Inaceitáveis) Da Vida

Infelizmente, um primo meu (na verdade, filho de uma prima minha) faleceu nesta sexta feira. Tinha quase 4 anos de idade.

Ele fez uma cirurgia para a remoção de um tumor no cérebro, cirurgia esta considerada um sucesso pelos médicos responsáveis. No entanto, ele veio a falecer com uma broncoembolia, enquanto estava na UTI.

Não havia um único plantonista na UTI do hospital (particular, pago por um plano de saúde que vinha recusando-se repetidamente a cobrir a cirurgia), naquele momento. Era madrugada. A administração do hospital dizia o tempo todo que um médico viria vê-lo - na manhã seguinte.

Às vezes eu tenho a impressão de que a saúde, pública ou privada, no Brasil ou em outros países, está doente. Doente de interesses pessoais.

25 de outubro de 2009

La Kinski!






























Vi esse retrato dela hoje, da época em que ela fez Tess, em 79, com o recém-frequentador da cela, Polanski.

Lindona, não era?

24 de outubro de 2009

Rendição

Esta semana, enquanto conversava com colegas meus, voltamos a um tema que já foi discutido em outra postagem (não me lembro exatamente onde, mas estou com preguiça de procurar). Trata-se de saber até onde se está disposto a ceder ao encontrarmos alguém de quem realmente gostamos. A princípio, não existem grandes dificuldades lógicas sobre o assunto: a partir do momento em que impomos condições pra gostar de alguém e sofrer todas as implicações decorrentes dessa decisão, é porque não estamos dispostos a gostar dessa pessoa, e o melhor a fazer é seguir em frente. Fim de papo.

Realmente gostar de alguém, no entanto, significa justamente fazer o contrário: você se entrega, se doa, se rende. Abre mão de uma série de coisas, muitas vezes superando o limite do razoável. Obviamente existe uma diferença entre o altruísmo e a negação destrutiva do ser, o que demanda um mínimo de racionalidade. Mas isto depende de cada um. O que me fez lembrar de uma certa historinha, que merece ter o seu devido balanço e exposição pública (com o devido resguardo dos envolvidos, à exceção de minha pessoa).

J. foi extremamente importante pra mim no primeiro semestre deste ano. Era como um sonho tornando-se realidade, ou, acredito eu, um sonho tornando-se realidade em sentido estrito. Talvez fosse algo análogo ao que muitos rastafáris sentiram ao ver Haile Selassie I, último imperador etíope, ao desembarcar no aeroporto de Kingston, na Jamaica, nos anos 60. Esse sentimento só cresceu ao perceber que, em certa medida, J. me correspondia.

Em pouco tempo, eu já havia modificado muitos de meus planos para que, futuramente, eu pudesse ficar o máximo possível com J. Dentro em pouco, ela, sem apontar-me uma única arma ou realizar qualquer tipo de coação, já havia me rendido. Doce rendição, diga-se de passagem.

Só que, enquanto da minha janela era possível divisar mandacarus, catingueiras e barrigudas, da janela de J. era possível ver araucárias. Até existia a possibilidade de nos encontrarmos, mas ela não se concretizou a tempo, de forma que eu pudesse fazer a diferença. Não houve outra saída para mim e ela, senão seguir caminhos diferentes. Não posso dizer com segurança no que diz respeito a ela, mas de minha parte, foi a contragosto.

De toda forma, tive uma experiência concreta de rendição, e minha opinião é de que ela foi extremamente construtiva. Uma pena que, mais uma vez, a distância me separou de gente pela qual valia a pena abandonar a individualidade.

18 de outubro de 2009

Inversão De Valores

O Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, quarta força armada iraniana e tropa de choque ideológica do regime dos aiatolás, sofreu hoje um atentado em uma região próxima à fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão. 29 pessoas morreram, entre elas diversos oficiais de alta patente da Guarda Revolucionária. O grupo sunita Jundallah assumiu a autoria do ataque. Depois do ataque, os iranianos foram rápidos em colocar a culpa nos EUA e Reino Unido.

Acho que neste ponto os iranianos estão rápidos demais no gatilho, ao acusar os EUA e Reino Unido assim. Por dois motivos:

- Os americanos e os ingleses não iriam armar seus inimigos nos campos de batalha do Afeganistão e Paquistão. E eu realmente espero que eles tenham aprendido a lição com o Talibã, sobre armar gente potencialmente perigosa só pelo fato de eles estarem momentaneamente um inimigo seu;

- Os iranianos (xiitas) já possuem tretas demais com sunitas e o que não falta é gente com vontade de estourar um ou dois comandantes militares deles: os já referidos talibãs, a Al-Qaida (sim, eles não suportam os xiitas), os grupos sunitas internos, como foi o caso dessa vez...

O que, na minha opinião, só mostra o quanto os neocons são um porre, em qualquer ponto do espectro ideológico.

17 de outubro de 2009

Enquanto Isso, No RJ...

... um helicóptero foi abatido em um confronto entre policiais e traficantes, em um morro.

Prepare-se: um vendedor certificado de soluções fáceis para problemas de segurança pública vai bater à sua porta em breve.

12 de outubro de 2009

Pequenos Prazeres

Apesar da correria, ontem eu tive a oportunidade de fazer algo que não fazia há tempos: ficar pensando em nada no laguinho da UFPE, que tem uma pequena área verde urbanizada ao seu redor, dentro do campus principal da universidade.

Acho que havia esquecido o quanto isso faz bem.