31 de julho de 2007

Destino, Esse Irônico Incorrigível

Leiam a notícia e vejam se vocês não vão me dar razão: Está sendo filmado, na Tunísia, aquilo que parece ser uma produção para TV da BBC em parceria com uma produtora local (local deles, não nossa). Trata-se de um filme sobre a vida de Saddam Hussein, também conhecido pela alcunha de "açougueiro de Bagdá" e que teve uma morte no mínimo macabra nas mãos dos americanos - embora, claro, de ditador eu não tenha pena nenhuma.

Atentem para o elenco. O papel principal foi dado a um ator judeu israelense, e os papéis de suas esposas (duas) foram dados a uma atriz americana de origem iraniana e a uma... australiana, descendente de ingleses mesmo. Pra completar, em uma produção inglesa.

Se acompanharam meu raciocínio, são todos de países que não gostavam, exatamente, do véio al-Tikriti.

Tá, eu sei que é difícil falar em bias negativo em se tratando de Saddam - a folha corrida do sujeito fala por si só. Mas eu adoraria ver o resultado disso. E confio muito mais na independência da BBC que em qualquer outra coisa (ou governo que possa baixar por lá).

* * *

Dois diretores-gênios do cinema mundial partiram para o andar de cima quase que ao mesmo tempo. O que me faz pensar que a próximo tarefa do cinema de além-túmulo deve ser, no mínimo, grandiosa.

Mas essa notícia me faz pensar que outras mãos vão tomar as armas. Ou câmeras.

30 de julho de 2007

A Crônica e Eu

Ok, me perdoem os grossos volumes de Dostoiévski e Tolstói, a longa viagem perpetrada por Joyce e García Márquez, as peças de teatro de Ariano Suassuna e William Shakespeare, mas meu estilo literário preferido ainda é a crônica. Sou suspeito pra falar, como jornalista, mas, como quem entra aqui neste blog/confeitaria o faz porque quer, então ouve e come também o que eu produzo. Vamos lá.

A crônica começou como um simples método de narrar fatos em ordem cronológica, falando, em alguns casos, da história de um povo da mesma maneira que um jornal moderno faria (com algum atraso, mas enfim). Existem crônicas desde o primeiro milênio antes da era cristã, na China, bem como também na Grécia e Roma antigas. Uma crônica, o Kojiki, chegou a tornar-se base para uma das religiões mais antigas do mundo, o xintoísmo.

Ela também entrou como parte da narrativa cotidiana dos jornais, só que escrita de uma forma elaborada e com requintes artísticos normalmente não encontrados no texto jornalístico. Jornalismo não é literatura, já dizia o gaúcho Vizeu nas minhas aulas lá na UFPE. Mas crônica, na minha opinião, não deixa de ser uma forma de jornalismo.

Isso não impediu que livros e livros de crônicas escritas diariamente fossem compilados e vendidos, alguns sendo até sucessos de vendas. Grandes escritores tornaram-se mestres da palavra na língua portuguesa utilizando este estilo, como Luís Fernando Veríssimo, Carlos Eduardo Novaes e Stanislaw Ponte Preta. Outros transitaram entre outros estilos mas não deixaram de dar sua canja nas páginas dos periódicos, como Drummond, Clarice Lispector, Millôr, Moacyr Scliar, e tantos outros.

O que mais me atrai neste estilo é justamente a sua atualidade, bem como uma maneira interessante (e na maioria das vezes, charmosa e elegante) de mostrar os fatos do cotidiano. O uso da ironia e do sarcasmo, por influências destes escritores, tornou-se coisa corriqueira entre cronistas de qualquer lugar do país, mas nem sempre com a mesma sagacidade. Como se tivessem, inadvertidamente, aberto a caixa de Pandora das mazelas da produção literária em jornais. Mas não se enganem: é preciso jeito para fazer uma boa crônica.

P.S.: obviamente, não estou querendo dizer aqui que eu tenha. Pra falar a verdade, acho que não tenho nenhum, o que me impediu de escrever algo mais interessante e menos factual por aqui.
P.P.S.: quer indicativo maior de inveja dos cronistas que o post scriptum acima?

27 de julho de 2007

Ah, Que é Isso, Elas Estão Descontroladas...

Está no ar o blog do movimento Cansei, que já tem o apoio de "movimentos da sociedade civil" como a OAB, a ABERJ, a Fiesp, algumas agências de publicidade e... hã... o irmão de Ivete Sangalo (o que poderia denotar a explosão de dor que as bandas de axé baianas estão sentindo com a morte do rei).

Agora eu pergunto: quantas associações de bairro, sindicatos, pastorais, cooperativas, enfim, representando o resto do zé povinho que ganha menos de 3 salários mínimos por dia, estão apoiando o tal movimento?

É lógico que o principal motivo para estourar essa "revolta incontida", entre outras coisas, é a crise aérea. Eu sei que isso não é necessariamente desculpa para que as pessoas não tenham um serviço de aviação decente, mas qual a parcela da população brasileira tem realmente condições de viajar de avião?

Problemas sociais ocorrem no Brasil desde que um português escroto armou uma casa de taipa em algum lugar do litoral do país e começou a chamar os índios de "bugres preguiçosos". A lista é extensa: escravidão, ausência de serviços públicos de bem-estar social, falta de direitos trabalhistas, falta de sufrágio universal, secas no Nordeste, coronelismo, militares com mania de "salvação nacional"... E agora por causa das filas nos aeroportos essa gente vem ter xilique?

Sinceramente, isso na minha terra tem outro nome: pití.

* * *

Uma máxima de botequim diz que as aparências enganam. Uma colega minha, de profissão (ou pelo menos de curso superior) deu o primeiro passo (ou melhor, segundo) para fugir do desemprego crônico que vivemos e agora, ela, de uma mente intrigante e desafiadora, foi parar... no horário água-com-açúcar das novelas da Globo. Pasme!

26 de julho de 2007

Fervor No Dos Outros...

Dúvida recorrente, ainda mais quando consideramos os sul-coreanos, evangélicos em peso (entre os que têm religião, já que perto de 60% do país não professa nenhuma): Se o fervor é tão grande, por que não vão para o Afeganistão tentar evangelizar talebans?

Mordi a língua.

É, esses levaram à risca mesmo o negócio...

25 de julho de 2007

Rezando pra Franco

O Hermenauta postou uma ótima notícia sobre a opinião da elite/classe média e dos pobres do Brasil sobre o acidente de Congonhas. Ela revela muita coisa sobre aquilo que muita gente está chamando de ampliação do abismo social existente entre ambas as classes, embora uma detenha a maior parte das riquezas do país e a outra... bom, a outra detém o resto.

Uma discussão também estava rolando em uma comunidade do Orkut da qual faço parte, o Botequim Socialista. Nessa discussão, as pessoas comentavam, inclusive de maneira assustada, o quanto essa parcela da sociedade anda defendendo valores como moral (conservadora), família (conservadora), propriedade (conservadora) e Deus (esse serve tanto a gregos quanto a troianos). A defesa de livre mercado, sinto informar aos liberais de plantão, é mero acessório, uma vez que se abraça qualquer ideologia de mercado que esteja em consonância com os outros itens acima citados (muita gente considerou Perón de esquerda, e sem falar naquela pendenga ainda não resolvida do nazismo ser de esquerda).

Basta ter um mínimo de conhecimentos de História mundial para saber o que rolou na Espanha pouco antes da guerra civil. Os republicanos viviam um momento de disputas internas dentro do governo, em grande parte causada pela ampla frente que formaram (a grande maioria de socialistas, comunistas e anarco-socialistas, mas os liberais espanhóis também estavam lá). Parece que esse governo também não sabia muito bem o que fazer, ou o que priorizar. Aí, no meio do turbilhão, surge o baixinho galego líder de um grupo conhecido como a Falange, que se revolta com uma guarnição do Exército no Marrocos espanhol. Ele vinha com uma conversa estranha de defesa de Deus, Pátria, Família etc. O resto a gente já sabe.

Eu achava antes que nós estávamos era à beira de uma Revolução Francesa, com o povo adquirindo consciência de "povo" mesmo, e uma elite assustada com medo de perder benefícios. Mas parece que as coisas rumam para um ciclo mais recente da História e de seu motor, a boa e velha luta de classes preferida do velho barbudo.

24 de julho de 2007

Complexo de Brasil x Argentina

Quem viu a cena sabe do que falo. Já são 3 finais de futebol consecutivas que os hermanos perdem para nós. Eu nunca fui muito fã de Dunga, e tenho ojeriza a Parreira. Mas parece que quando se trata de jogar contra a Argentina, os maiores pernas de pau viram craques de uma hora pra outra. Ou então são os argentinos que ficam a ponto de pedirem pra cagar e sair.

Até aí tudo bem, coisas do futebol. Os brasileiros tremiam nas bases também quando ouviam falar de Argentina na época áurea de Maradona, na segunda metade da década de 80. Mas algo que não engulo foram as recusas repetidas dos argentinos de não receberem a medalha de prata ao final de cada jogo. Pombas, eu sei que existe um preconceito enorme dos brasileiros sobre os argentinos no que diz respeito à sua empáfia e orgulho portenhos. Mas dar combustível para criar animosidades é dose.

A história se repetiu novamente neste Panamericano, com o handebol. Os argentinos recusaram a medalha de prata e saíram embaixo de uma chuva de vaias, bem merecidas na minha opinião. Adoro o país e tudo o mais, mas falta de espírito esportivo é dose pra mim. Se quisessem, sei lá, protestar contra a organização, que fizessem uma declaração na imprensa, levantassem um punho fechado, abaixassem as calças e mostrassem a bunda, mas tirar a medalha é o caminho mais curto para levar a opinião pública contra si.

As nossas meninas (do basquete e do vôlei) também sofrem do mesmo mal, mas são mais democráticas - tremem em qualquer final. São especialistas em morrer na praia, jogando inexplicavelmente pior que nos últimos jogos e contra um adversário que nem poderia merecer tanto respeito assim. Mas pelo menos não recusam medalha ganha.

23 de julho de 2007

Como um Cinema

Kino. Em alfabeto cirílico, Кино. Significa cinema, em russo. Mas também é uma das bandas mais interessantes que eu já vi. E com uma história mais do que adequada à sua época.

Eu devo ser uma parte componente da meia dúzia de malucos que provavelmente sabe da existência (nesse caso, existência predecessa) deles aqui no Brasil. Como quem sabe da existência é geek o suficiente pra procurar as letras e a história da banda, então nem me sinto tão solitário em minha geek-ice. Mas na Rússia, pode-se dizer que as coisas são diferentes, no mínimo.

Kino surgiu na União Soviética mais ou menos em 1982, embora se saiba que seu vocalista e cérebro por trás das letras, Viktor Tsoi (um russo-coreano entre os 500 mil que viviam lá na época), esteve ativo na cena pop-rock russa antes disso. As coisas nunca foram exatamente fáceis na União Soviética para as bandas de rock, principalmente nos últimos anos do governo Brezhnev, e durante os governos Andropov e Chernenko. Não que fosse estritamente proibido, mas na prática não recebiam apoio, divulgação, espaço no portfólio da distribuidora estatal Melodiya, e de quebra levavam a pecha de música de maconheiro e baderneiro (já viu algo parecido?). Mas pra tudo, como acontece em situações de exceção, dá-se um jeito.

Rock terminou sendo uma coisa meio underground por lá, principalmente na cidade de Leningrado, hoje São Petersburgo. Os músicos gravavam suas músicas em estúdios improvisados (com equipamentos construídos por debaixo dos panos nas faculdades de eng. eletrônica) e faziam shows que lembrariam aquilo que nós, no Ocidente, costumamos chamar jam session ou acústico. Isso dentro de um apartamento de uma alma caridosa que cedesse o espaço e com pouquíssima gente assistindo, para não chamar atenção da polícia. A exceção era o Rock Club de Leningrado, que realizava um festival anual, e foi onde surgiu o Kino e os sucessos de seu primeiro LP, "45". Não gravaram oficialmente até 85, mas, num fenômeno análogo ao que ocorre hoje em dia com as mp3, ficaram famosos só através de fitas que eram copiadas individualmente, boca-a-boca, e distribuídas por TODA a URSS. A cara de menino mal e rebelde de Tsoi ajudava e muito, sendo que até hoje ele é sex symbol até pra menininhas de 15 anos.

A glasnost facilitou as coisas para a banda, que já era conhecida por criticar abertamente o governo soviético (embora Tsoi não gostasse muito do teor ideológico das manifestações juvenis que levaram ao fim brusco da URSS) e transformou-se em um ícone da rebeldia juvenil em todo o país. O álbum "Gruppa Krovi", "Grupo de Sangue", provocou um fenômeno conhecido como "kinomania". Um mega-show realizado em 1990 no Estádio Luzhniki, em Moscou, levou 65 mil pessoas a prestigiar naquele que seria a maior, e a última, performance ao vivo.

Tsoi havia terminado de gravar os vocais do novo álbum do Kino no verão de 1990 em Riga, hoje Letônia, e pegou o carro para voltar a Leningrado para gravar o instrumental com o resto da banda. Pouco tempo depois de deixar a área urbana, bateu violentamente contra um ônibus e morreu na hora. O estrago foi tão grande que até hoje um dos pneus não foi encontrado. No entanto, as fitas originais com os vocais estavam intactas, e deram origem ao último álbum antes do fim definitivo do Kino, "Chorniy albom", o "Álbum Negro". Até hoje, eles são referenciados de maneira semelhante ao que o Legião Urbana é para o Brasil.

E musicalmente, até que são parecidos. :P

20 de julho de 2007

O Patronímico na Cultura Nordestina

Foi escrevendo o último post que percebi o quanto se usa o patronímico de maneira informal por aqui. Não na minha geração, já sob pesada influência da cultura de massa (que, em nosso país, significa a homogeinização vinda através da Globo carioca), mas principalmente na geração imediatamente anterior, a de nossos pais. A coisa mais normal do mundo pra eles é referir-se a alguém, geralmente com um homônimo muito próximo, como Fulano filho de Sicrano, ou Sicrana, já que até o matronímico também é corrente. Em muitos casos até mais comum.

O uso mais próximo de nós é em nossa própria língua, e em muitas línguas latinas. A partícula "de" remonta a um ancestral comum, geralmente nobre. No português do Brasil a coisa avacalhou um pouco, mas na França ter um nome com "de" muitas vezes é um indicativo de que o portador do nome é um riquinho pedante.

Na Indonésia não existem sobrenomes, mas às vezes pode-se usar um nome relativo a um ancestral imediato para reclamar títulos de nobreza. A ex-presidente "energética", Megawati Sukarnoputri, provavelmente quis aproveitar o prestígio que o pai dela, só Sukarno, tem como libertador do país contra os holandeses. Na Rússia existem sobrenomes, mas todo mundo tem um patronímico, o nome do meio, que varia de acordo com o sexo da pessoa e com o nome do pai. Dessa forma, alguém cujo pai se chama, digamos, Nikolai, pode ter o nome Nikolaievitch ou Nikolaievna, respectivamente homem e mulher.

Também existe com uma raiz diferente através da língua inglesa. Nomes como Johnson, Robson, Benson, e mais um monte remontam a um passado no qual o patriarca da família era John, Robert ou Benjamin. Na Irlanda e na Escócia, países de tradição céltica, quem cumpre esse papel é o Mac- anterior a cada sobrenome, ou na sua anglicização irlandesa e contração de of, O'.

Mas a situação mais próxima de nós, e que curiosamente nos interessa mais apesar de tão distante, está nos vikings antigos e em seu resultado moderno, os islandeses e faroeses. Nestes países (lembrando que as Faroe são ilhas-dependência dinamarquesas), não existem sobrenomes no sentido estrito da palavra, mas apenas um patronímico (ou matronímico) que é seguido à risca, sob pena de não receber registro no cartório, com raras exceções. Por exemplo, a famosa cantora se chama Björk Guðmundsdóttir, enquanto que o vocalista do Sigur Rós (por sua vez uma versão estilizada do nome de sua irmã, Sígurrós) é Jón Þór Birgisson.

Essas criaturas de nomes estranhíssimos (o ð se pronuncia como o th- de the e o Þ como o th- de through) na verdade possuem uma raiz muito simples, e um pouco de inglês ajuda a matar a charada. Dóttir significa filha em islandês, e són significa filho. Pegando a raiz de cada patronímico ou matronímico, dá pra ver que Björk é filha de um sujeito chamado Guðmund, enquanto que Jón é filho de uma cristã (imagino) chamada Birgit. Em faroês é basicamente a mesma coisa, já que as duas línguas são praticamente idênticas.

[ironia]Ah, o Nordeste e suas raízes européias medievais...[/ironia]

19 de julho de 2007

Caderneta do Matuto Pós-Moderno

(Adaptado de série produzida por Jessier Quirino, poeta popular paraibano)

- Ver quem é aquela trepeça amiga de Biu de Olindina que fuçou no meu orkut;

- Comprar dois CD-R's para gravar os 20 volumes de Forró Calcinha Preta para Tonho Boyzinho colocar no MP3 novo do Chevette dele;

- Passar os mesmos CD's para o iPod paraguaio de Corrinha;

- Desenrolar com o cambista dois ingressos de meia entrada para o show dos Aviões do Forró;

- Pegar no alfaiate as duas calças que comprei em Toritama e mandei ajeitar;

- Ir no sítio ver a situação do cavalo "Gigabyte" para a vaquejada de Recife; aproveitar e falar com o veterinário pra ver se não vai dar merda o cruzamento do reprodutor "boér" novo com as cabras moxotós que já tinham por lá;

- Mandar um e-mail pra Luís de Júlia Branca pedindo pra passar a máquina no açude que secou;

- Pedir pra Zequinha de Eulália acompanhar o reboque com o carro de papai até a concessionária, em Caruaru (em tempo, dizer a pai que eu bem que avisei que esses Omegas australianos não podem rodar no areal da Vargem Velha);

- Na volta, comprar o CD pirata de Harry Potter novo pra Kellynha;

- Dar um toque com o chip da Oi, que tá com mais créditos, para Luana, avisando que só vou ficar na festa até uma da manhã e que depois deixo ela em casa;

- Mandar uma mensagem de texto, com o chip da TIM, avisando a Conceição que duas da manhã tou livre da jararaca.

18 de julho de 2007

200 Almas

Reproduzo aqui meu comentário na comunidade "Botequim Socialista", do Orkut, no thread "Acidente da TAM". Ele sintetiza tudo o que eu penso sobre o assunto. Desde já, meus pêsames às famílias, que não poderiam ter sido vítimas desse tour de force entre empresas aéreas e governo.

"Lembrem-se também do papel das próprias companhias aéreas, que contribuíram, ainda que indiretamente, para o acidente. Congonhas nunca poderia estar operando esse volume de vôos diariamente, por sua proximidade de áreas urbanas. No entanto, é mantido funcionando nesse ritmo por pressão das companhias aéreas que operam a ponte aérea, pelo fato de ser justamente o aeroporto mais próximo do centro paulista.

Para tanto, é necessária uma ação governamental fortíssima (e que já deveria ter sido feita antes), no sentido de:

1) Limitar o tamanho e o tipo de aviões operados em Congonhas (e, acredito eu, também no Santos Dumont, pelo fato de ter somente água depois das pistas) para modelos do tipo STOL, e com capacidade máxima para 70 passageiros;

2) Desencorajar a utilização de Congonhas como hub nacional, transferindo a responsabilidade para Guarulhos e até mesmo Viracopos;

3) Iniciar a construção de um terceiro aeroporto na capital paulista o quanto antes e em ritmo de urgência, destinado a acolher o tráfego internacional. A alternativa parece ser a mais inteligente, pela atual impossibilidade de se ampliar os atuais existentes (e transformar em algo do porte do JFK e Chicago-O'Hare) e foi aplicada com sucesso em cidades como Londres, Berlim e Moscou;

4) Favorecer a aviação regional e o estabelecimento de hubs internacionais em outras capitais do país, tais como Brasília e Belo Horizonte;

5) Oferecer outras alternativas de transporte de alta velocidade no eixo Rio-São Paulo, como os trens de alta velocidade."

A pedido de um conhecido de comunidade, incluo uma 6ª. diretriz: melhorar a infraestrutra de transporte dos aeroportos para o centro das cidades.

Sem mais.

16 de julho de 2007

Aposta

Ganha um doce quem adivinhar qual animal torce pela desgraça alheia. Valendo!

* * *

Explico. Neste fim de semana fiz concurso pra Chesf, já que a iniciativa privada em Pernambuco está longe de me dar um emprego que quero (ou preciso). Só que, depois de conferir o gabarito, vi que precisava de um milagre para passar. Algo do tipo "todos tirarem uma nota menor que a minha".

Pelo que vi nos fóruns na internet, parece que tem um milagre em curso. Parece (e enfatizo isso para não quebrar minha cara depois).

13 de julho de 2007

Hã?














Buuuuuuuu!!!

Após o início dos torneios femininos de futebol e handebol, o Rio de Janeiro viu nesta sexta-feira a cerimônia de abertura oficial da 15ª edição dos Jogos Pan-Americanos, realizada no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ). A festa, que tinha início programado para às 17h, começou com cerca de uma hora de atraso e ficou marcada pela rejeição a Lula.


O presidente foi diversas vezes vaiado pelo público na abertura de um evento que custou cerca de R$ 1,8 bilhões aos cofres do governo federal --o custo total dos Jogos é de R$ 3,7 bilhões-- e, decepcionado, abriu mão de fazer o discurso que abriria a competição --foi substituído pelo presidente do COB e do Co-Rio, Carlos Arthur Nuzman.


Aqui.

Isso não deixa de me impressionar. Para alguém que vinha com a popularidade em alta mesmo depois dos escândalos de corrupção e deu ao povo do Rio (ou pelo menos à famosa classe média tijucana) o que tanto queriam - o Pan, e uma operação truculenta no Complexo do Alemão com direito a execuções sumárias -, tomar uma vaia nessa ocasião não tem muita explicação.

Por essas e outras que eu passo longe de cargo eletivo.

* * *

Será que o pessoal da Globo está comemorando: "Conseguimos! Depois de tanto tempo!"?

12 de julho de 2007

Ascensão e Queda de um Império

Aqui.

Venhamos e convenhamos, eu nunca fui exatamente com a cara do Corinthians. Mas sou fã do bom futebol e do jogo entre cavalheiros, então valorizo a história de um time que deu ao mundo craques como Rivelino (ainda que ficasse mais famoso no Fluminense), Sócrates, Casagrande e Viola. Tenho birra de Marcelinho Carioca e Edílson, dois jogadores com o ego maior que a cidade de São Paulo, mas não se pode negar que as criaturas jogaram bem em seus respectivos momentos no clube. Ainda que depois...

Mas eu fiquei emputecido com aquela história da MSI. Sempre dizia que aquilo servia de lavanderia de dinheiro pra máfia russa, e também por que não gostava da junção de uma das maiores tragédias que o futebol brasileiro poderia dar para o mundo - o cartola - com o administrador frio e calculista de uma empresa de origens obscuras, neste caso o senhor Joorabchian. Mas não é que, aparentemente, as criaturas estavam sujas mesmo?

Sinceramente, ele, Berezovski e a atual diretoria do Corinthians já vão tarde. Acho que quem tinha de assumir o time deveriam ser necessariamente os seus maiores apoiadores, a hord... quer dizer, a Gaviões da Fiel. Mas isso significaria também, provavelmente, que todo jogador responsável pela perda de um título paulista seria condenado a um linchamento por parte dos fanáticos torcedores do "Cu-rintcha".

Aliás, se a moda pega entre seleções...

11 de julho de 2007

Manda Descer Pra Ver Filhos de Gandhi

Alguém aqui já ouviu o álbum conjunto de Jorge Ben e Gilberto Gil? É um álbum antigo, da década de 70, mas é relativamente fácil de achar (ok, não tão fácil assim, já que eu mesmo não achei o nome, mas suspeito que seja Gil e Jorge). Prestem atenção na oitava música, Filhos de Gandhi.

Começa como uma música simples, que poderia animar qualquer roda de capoeira pra gringo ver aos pés do farol da Barra. Mas tem uma hora em que a música começa a entrar em parafuso, mais precisamente quando Gil começa uma vocalização meio africana, meio árabe. Você sabe que o parafuso que eles entraram não tem mais volta quando Jorge Ben diz: "Mais uma pra Gandhi subir". Aí o dito cujo começa a fazer um backing vocal falando uma "língua" cheia de cliques que eu poderia jurar que é sânscrito. Por muitos minutos a fio.

Reza a lenda que, pra fazer o álbum, os dois se trancaram dentro de um estúdio por vários dias, acompanhados de nada mais, nada menos que seus fiéis backs de guerra. Está aí algo que eu queria ver (do lado de fora, claro, mas que queria ver, ah, queria).

* * *

Se você tem cojones suficientes para adentrar a alma feminina de uma forma que você nunca viu antes, experimente o Pelo Avesso, o blog da senhorita Paula, aquela da finesse suficiente pra chocar. Apenas para os mais corajosos.

10 de julho de 2007

Uma Nova Tradição de Hot-Rods Brasileiros















Design e tecnologia italianas, por incrível que pareça

Arnaldo Tenório, contribuidor das discussões do grupo Ágora (link ao lado), é um dos maiores entusiastas de recuperação de carros antigos que eu conheço, comigo incluso. Ele tinha em mente um projeto no mínimo tentador, e que envolvia o veículo acima ilustrado. O FIAT 147, um dos maiores sucessos de venda da fábrica de Turim, foi fabricado não só na Itália, mas em uma série de países de Terceiro Mundo, como Brasil, Argentina e Turquia. Além disso, cedeu seus préstimos à SEAT espanhola, à Zastava iugoslava e à Lada soviética, onde sobrevive até hoje como aquele carrinho quadradão que era vendido aqui sob o nome de 1300.

Ele gostaria de preparar um Fiat desses, de preferência com a frente utilizada pelos idos de 1980, usando um motor Fiasa 1.5 com injeção multiponto, o mesmo utilizado até bem pouco tempo na família Palio e Fiorino. Mantendo igualmente a caixa de marchas e o escapamento do Fiasa, ainda que preparado para sair um som "bonito", receberia novo estofamento, rodas, pneus, uma suspensão mais elevada e um improviso no protetor de cárter. Pronto: um ótimo carro de rali, com relação peso/potência invejável, está pronto para encarar as trilhas.

Eu ainda faria mais. Acho que, na minha mente doentia, tem um plano de tuning (no meu caso é afinação mesmo, não transformar um carro em árvore de natal) para cada clássico brasileiro, mas não escondo minhas preferência por modelos refrigerados a água. E detalhe, todos eles usariam álcool, já que eu sou uma criatura ecologicamente correta:

Volkswagen Passat: utilizando um dos primeiros modelos, 1975, envolveria a colocação de rodas semelhantes às utilizadas nos veículos de rali (Sportline é o fabricante), uma suspensão mais rígida ou até mesmo regulável, a troca da caixa de mudanças por uma de 5 velocidades, e a alteração mais importante: a colocação de um motor AP1800 Mi. A carroceria seria mantida mais ou menos da mesma forma que a original;

Chevrolet Opala: De preferência um modelo coupé 1980. Eu tenho um especial fetiche pelas caixas de 3 marchas acionadas na coluna de direção, mas para os meus propósitos seria mais interessante uma de 5 marchas. O motor seria o venerável 4.1 "seis canecos", seja o do Omega ou um mais recente com injeção Bosch K-Jetronic. A preparação externa seria feita de modo a lembrar o último SS a sair da linha de produção, embora o acabamento interior teria de ter obrigatoriamente uma coloração bege quase areia. Detalhes em couro sintético;

Ford Corcel I: Alguém é louco de preparar o Windsor 302 V8 do Maverick pra andar com álcool? Por isso que, na Ford, escolho o Corcel I. Na prática, todo Corcel tem um quê de Renault das décadas de 60 e 70 (a Willys, que fabricava modelos Renault licenciados por aqui, foi comprada pela Ford em 1968), e por tabela dos clássicos Alpine franceses que tinham um ar da beira-mar de St. Tropez, com direito a Brigitte Bardot e tudo. Por isso usaria um sedã duas portas com a tradicional pintura azul-geladeira, só que um pouco mais escura. Capô, teto e tampa do porta malas seriam pintados de preto em três camadas. Os bancos, em couro sintético preto. Entra a caixa de mudanças do Del Rey, de 5 marchas. Se desse pra adaptar, entra o motor AP1800 Mi, já utilizado nos Versailles. Se não, a mesma solução do Opala: injeção Bosch. Os pneus seriam de perfil alto em rodas de aro 14.

Com qualquer 15 mil "conto" eu faço o projeto. O problema é justamente a grana aparecer. Enquanto isso, eu fico no suspiro.

9 de julho de 2007

Eu Tenho Medo de Ingmar Bergman

Depois de muito adiar, e auxiliado pela banda larga e a falta do que fazer crônica de Arcoverde, baixei e assisti "O Sétimo Selo", para muitos considerados a obra prima de Bergman. Gostei do filme, e até aí tudo bem. Os questionamentos existencialistas do filme são ótimos, embora vez ou outra pareçam meio deslocados. As cenas cômicas são ótimas, com especial destaque para a cena da Morte cortando a árvore com uma serra. Max von Sydow é um ótimo ator, mas com aquele físico simplesmente não convencia como cavaleiro. Totalmente de cair o queixo está Bibi Andersson, como uma atriz de commedia dell'arte, e no frescor de seus 22 anos. Me casaria com ela sem pestanejar (a-hem).

Mas não foi isso que me chamou mais a atenção no filme. Pra falar a verdade, o que me assustou foi justamente quando fui procurar mais informações sobre a filmografia de Bergman (que por sinal é extensa pra cacete). Foi quando eu vi resenhas de filmes posteriores dele, particularmente "Persona", "A Paixão de Anna" e "Gritos e Sussurros".

Mais acentuado e apresentado de forma mais conceitual no primeiro filme que citei, Bergman tem o costume de "desconstruir" personagens, reduzindo-os a sua essência primitiva, a algo que pode ser definido como a mais pura matéria-prima criativa de personagens, quase que mínimos átomos ou subpartículas do seu Universo paralelo (bérgmons?).

O problema são as formas em que isso ocorre. No caso de "Persona", por exemplo, as personagens principais vividas por la Andersson (ela!) e Liv Ullmann (alguém que Bergman provavelmente gostava muito de trabalhar, principalmente nos anos 70) vão se fundindo ao longo do filme, a ponto de, em determinado momento, não se saber mais quem é uma ou outra. É aqui que começa o colapso das mesmas, a sua "desconstrução".

Ora, vocês têm idéia do quanto isso é agoniante? Do quanto, no meu caso, isso te faz implorar por um deus ex machina? E o quanto no final do filme você fica com uma quase que irremediável vontade de se matar? *quase hiperventilando*

É por essas e outras que eu sou louco pra ver, mas ao mesmo tempo morro de medo dos outros filmes dele. Mais que isso, morro de medo da imaginação do dito cujo.

7 de julho de 2007

Cabeça de Turco

Hoje fiz minha primeira avaliação preparatória para a prova do Inst. Rio Branco do ano que vem. Uma prova de Geografia da terceira fase de 2006. Algo que me chamou a atenção foi a terceira questão, na qual se perguntava quais os motivos que poderiam levar o Reino Unido a apoiar a entrada da Turquia na União Européia, ao contrário das reticências por parte de alemães e franceses.

Pessoalmente, não gostei da melhor resposta dada pelos candidatos na ocasião, que foi argumentar que os turcos serviriam como ponte de diálogo entre o Ocidente e o Oriente Médio, incrementar o comércio entre os dois países e ainda contrabalancear o enorme peso político dos franceses e alemães dentro da União a favor dos ingleses. Ora, tirando o último motivo, embora tal fim pudesse ser alcançado fazendo uma aliança com aqueles neofascistas do Leste Europeu, os outros objetivos na prática já estão alcançados: um número considerável de ingleses já vão passar férias nas praias do litoral sul turco, além de fornecer itens agrícolas subtropicais em boa quantidade, o que já responde por grande parte do aporte de dinheiro estrangeiro na Turquia (investimentos industriais, principalmente no setor automobilístico, fazem com que Ancara tenha influência no máximo no Leste Europeu).

Segundo, os turcos já servem de ponto de contato entre Ocidente e Oriente acho que desde a revolução do Atatürk na década de 20. A entrada do país na OTAN, então, fez com que eles ficassem ainda mais próximos da Europa do que do resto do Oriente Médio (por mais que esperneie o Sarkozy). O problema é que essa aproximação do Ocidente fez com que a alternativa turca, nos últimos 30 anos, ficasse menos tentadora que a alternativa oferecida pela revolução iraniana ou o despotismo esclarecido dos emires do Golfo, para o Oriente Médio. Quer queira, quer não, a democracia constituída na Turquia no século XX a colocou muito mais distante do Oriente Médio, a ponto de sua influência se fazer sentir pelo temor ao seu massivo exército, apesar de sua capacidade de projeção não ser exatamente das maiores fora do escopo da aliança do Atlântico Norte.

O mais correto, então, seria dizer que os turcos proporcionariam um enorme mercado consumidor e uma propaganda positiva da Europa através da integração de um país de maioria muçulmana, embora essa vantagem seria praticamente anulada com o aumento da imigração turca e com a invasão de deputados turcos no parlamento europeu, na visão dos principais países do bloco. O que colocaria o Reino Unido numa posição de indiferença semelhante à alemã neste caso.

Ou talvez a pergunta tenha sido apenas mal-formulada ou aberta a múltiplas interpretações.

5 de julho de 2007

Mas Não Era Uma Folha de Maple?




















Consumer's policies

Em algum ponto dos anos 50, os canadenses, que provavelmente tinham menos o que fazer do que os paulistas que elegeram deputado o rinoceronte Cacareco, do Zôo de SP, criaram um partido "dos rinocerontes", com a desculpa de que políticos eram idênticos aos mesmos: "grandes, espaçosos e teimosos".

Na primeira metade da década de 90, no início da farra política do boi que resultou nisso, surgiu o Partido dos Amantes da Cerveja, criado por freqüentadores de bar (qualquer semelhança com o putsch da cervejaria é mera coincidência. Ou não. Whatever). Mais tarde, o partido se dissolveu e seus membros entraram em partidos mais "sérios".

E agora, isso.

Alguns amigos meus já estão até falando em fundar o Partido do Playstation do Brasil. Ou algo mais chique, como Democratas do Playstation (DemoPlay).

* * *

A pedidos off-blogoseira, me pediram para falar de um probleminha que está rolando no Recife, neste momento. Ao que parece, vão fechar o maior hospital psiquiátrico destas plagas do Nordeste (ou pelo menos o mais folclórico), o da Tamarineira. Até aí, nada de mais, já que eu sou contra manicômios. Mas a especulação imobiliária do Recife, que eu também chamo de "japanização" da cidade, já está de olho na enorme área verde do hospital e estão esfregando as mãos para construir uns 4 arranha-céus no lugar. Como se já não houvessem suficientes na região. Enfim, se vocês querem que, da próxima vez que visitarem o Recife, o dito cujo não esteja mais quente do que já está, passem a mensagem. Espero ter dado o recado com sucesso.

* * *

O Gabiru fez uma correção providencial, e eu seria um péssimo jornalista se não fizesse uma errata (ok, blog não é jornalismo, mas isso é outra história). De fato, o jogador da Portuguesa de SP em questão declarou ser mais novo na FPF.

Mas os problemas do futebol brasileiro (e do jornalismo esportivo brasileiro) continuam.

4 de julho de 2007

Achismo

Sem nada para fazer na minha hora de descanso, liguei a TV em um programa esportivo da Band (como se eles tivessem outra coisa; ou melhor, têm Gilberto Barros). Estava passando uma reportagem especial de um jogador da Portuguesa de São Paulo que havia admitido recentemente que era "gato", ou seja, um jogador que declara ser mais velho para tornar-se profissional e ganhar mais. Isso, a princípio, não é algo que se vê todo o dia. Um jogador fazendo mea culpa por causa disso, então, é coisa de dar mote até para um mini-documentário. Parecia ser este, com os devidos descontos, o viés da matéria.

O que me chamou foi o fato de o comentarista da Band, com um profundo ar de enfado, declarar categoricamente que não tinha pena nenhuma da criatura, e que pra ele a punição que o STJD iria dar ao jogador - 6 meses no mínimo - era pouco; pelo que fez, merecia era ser banido de vez do futebol.

Meus dois tostões sobre o assunto, como jornalista, admirador de futebol e ainda mais de jogador fazendo coisa que nenhum outro fez antes, como demonstrar um mínimo de inteligência (tirando uns e outros, como por exemplo Sócrates e, vez ou outra, Falcão):

- Jornalismo esportivo é o que se pode chamar de Império do Achismo. Quando é comentarista, então, o cara se reveste de uma aura de Deus supremo do futebol que nada abala, nem mancada dita em mesa redonda, embora provavelmente nunca tenha frequentado uma faculdade de Educação Física ou sequer conhecido o cotidiano de um clube. A opinião do tal comentarista da Band foi dispensável, para dizer o mínimo. Além do mais, ele não é nenhum juiz do STJD para proferir sentença contra jogador, clube ou o que valha (embora a idoneidade do tal tribunal possa ser questionada, mas isso são outros quinhentos), o que demonstra bem o nível de preparo de muitos "jornalistas" por aí;

- Independente do ato criminoso que levou o jogador perante a Justiça (e que deve invariavelmente levá-lo à punição), o tal comentarista, e mesmo o Tribunal, provavelmente desconhecem a realidade do futebol no Brasil, o que nos leva também a uma discussão sobre as próprias condições das famílias de baixa renda no país. Muitos pais levam os próprios filhos às seletivas de clubes declarando uma idade maior que a real, motivados por empresários ou diretorias inescrupulosas que visam apenas o lucro fácil com uma nova promessa. Pelo lado dos pais, o sucesso rápido dos filhos é a salvação para uma condição de miséria tal que não oferece uma opção mais ortodoxa, qual seja, os estudos, de perspectiva de futuro. Que se penalize quem faça tal coisa, certo. Mas também que se favoreça o futebol como parte integrante na construção de um cidadão, e não apenas como A salvação para problemas financeiros.

3 de julho de 2007

Marijuana é Kosher?

Não tenho nada contra judeus, é verdade. Quem me conhece sabe que no máximo eu tenho uma discordância das práticas do Estado de Israel, ainda mais no que diz respeito à situação dos palestinos. Mas, juro, é a primeira vez que eu vejo algo do tipo sendo feito em nome de Deus.

Ou D'us.

2 de julho de 2007

Falta do Último Zagueiro

E eu achando que ia sair incólume nesse ano. Oportunidades de ela me pegar não faltaram: foram as chuvas do início do ano, o tempo seco de abril, o início do inverno, as chuvas e garoas que levei, todas as vezes que saí para os shows ao ar livre, as fogueiras... e nada, continuava firme e forte.

Já estava todo alegrinho achando que estava com o "corpo fechado", seja lá o que isso for. Mas não.

Resfriado desde ontem. É mole?