28 de dezembro de 2009

Pensamentos De Final De Ano

Que falta J. me faz. Uma pena que as pontes foram explodidas.

22 de dezembro de 2009

Lindo Isso

Antes de mais nada, tomei uma tunda. Melhor sorte daqui a 2 ou 3 anos.

* * *

De uma matéria no Jornal do Brasil (ugh!), sobre o Comando de Operações Táticas (COT) da PF:

Com mobilidade, armas e equipamentos modernos, além da experiência adquirida junto aos grupos de elite mais fortes do mundo, a tropa é notável mais pelo planejamento do que pelo uso da força. O policial do COT deve ter músculos e nervos fortes, mas a grande vantagem é o preparo intelectual diversificado – com formação acadêmica em várias áreas – e equilíbrio psicológico, aliados ao persistente treinamento e uma forte aversão aos desvios de conduta que se tornaram rotina em outras corporações.

– Que moral teríamos para prender se não tivermos uma conduta reta? – resume Tomazi. Outra preocupação é com os direitos humanos: em vez de matar, como muitas vezes clama o senso comum e se torna a opção equivocada de determinadas políticas de segurança, a satisfação é prender. – Somos profissionais e não justiceiros. Bandido desarmado é bandido vivo.

* * *

Mais uma pra série "Segurança Pública não é meganhice".

6 de dezembro de 2009

Explicando O Sumiço

Este blog está em suspensão ao menos até o dia 21 de dezembro. Motivo: dois leões para matar nos próximos finais de semana.

Me desejem sorte.

14 de novembro de 2009

O Eterno Retorno

Já ouvi dizerem uma vez que nós, seres humanos, só nos apaixonamos verdadeiramente uma vez na vida. Todas as outras são na verdade a busca daquela bendita paixão maior que em algum momento nós tivemos.

Depois do que eu vi hoje, eu tendo a acreditar que isso é verdade, sim.

9 de novembro de 2009

Saia Justa

A Uniban deu pra trás. Readmitiu a estudante que foi execrada em público nas suas dependências.

Dane-se se a menina estava usando um vestido mais curto. Verdade seja dita, a faculdade nunca impôs código de vestimenta com o qual alguém concordasse, no ato de matrícula. Então na ocasião o que valia era a boa e velha máxima do Direito Civil: se algo não é proibido por lei, é permitido. Não há o que chorar. Há é que identificar-se os alunos que iniciaram a pasmaceira e passá-los por um processo administrativo interno sério, sem prejuízo da ação civil ou penal.

Ampliando um pouco a discussão, aparentemente este incidente é um reflexo de uma perceptível tendência da sociedade brasileira ao conservadorismo moral. A princípio, o conservadorismo está presente em todas as sociedades em maior e menor grau, e foi-se o tempo no Brasil em que tal situação pudesse provocar problemas maiores. O problema é que ele é solo fértil pra "otras cositas más".

Por garantia, olhe desconfiado para todo grupo que usar camisas verdes (tirando os times de futebol, claro). Nunca se sabe quando um sigma pode brotar ali.

6 de novembro de 2009

"Soi-Disant" Cabeção

Divulgaram fotos da capa da Playboy de Fernanda Young, soi-disant musa sexy cabeção deste país. (Procurem no Google, eu estou com preguiça e medo de carregar uma aqui)

4 coisas:

1) Fernanda Young não é sexy;

2) Fernanda Young não é cabeção, exceto dentro da cabeça dela;

3) Ellen Page em "Juno" é mil vezes mais sexy-cabeção que ela, ao menos na minha humilde opinião. E tirem suas próprias conclusões;

4) Pobre Dita Von Teese.

3 de novembro de 2009

Impressões Ao Assistir: "Confissões De Uma Garota De Programa"






















Confesso que o fator maior que me fez assistir o filme foi o cartaz. É simplesmente lindo, bem como a fotografia dos frames dentro da película em si. A tagline é hilária (See it with someone you ****), mas verdade seja dita, tem pouco a ver com a linha geral dele. Pra variar, cagaram na tradução do título para o português.

A crítica americana meteu o pau no filme, mas pelo que eu pude ver eles subestimaram um bom trabalho. Vejam bem, eu disse um bom trabalho. Não é nada impressionante, nada que vá mudar a sua vida. Eu diria que o que o diretor (Steve Soderbergh) fez foi fazer uma crônica de um determinado momento histórico, sem maiores pretensões. No que se propôs, foi um bom feijão-com-arroz.

O filme teria tudo para transformar-se em um motivo para colocar pornografia na tela: a história, a personagem, e até mesmo a atriz - Sasha Grey é atriz pornô, e muito bem conceituada no ramo. Mas as cenas de sexo são extremamente sutis, para não dizer casuais. A nudez da moça no início do filme é transformada em algo banal, porém não vulgar. Digamos que ela está muito bem à vontade desta forma, de maneira positiva.

(Mais um comentário entre parênteses: se não tivesse visto filmes da atividade principal de Grey, diria que ela era no máximo modelo fotográfica, já que foge do estereótipo de peitões do cinema pornô americano; é uma típica girl next door).

Insisto que o filme é uma crônica de um momento histórico vista pelos olhos de uma cidadã comum porque, no final das contas, as duas narrativas - a profissão de Chelsey, a personagem principal, e o pano de fundo histórico - se misturam, mas ao mesmo tempo correm de forma perfeitamente discernível. Em todos os momentos a crise econômica americana e sua influência na eleição presidencial de lá da Gringolândia, agora em 2008, está presente na tela. Ao mesmo tempo, o trabalho de Chelsey como uma consorte de luxo (que promete aos clientes uma girlfriend experience, daí o título do filme em inglês) também está em cada minuto.

Um dos principais motivos pelos quais o filme levou resenhas meia-boca foi justificado com a falta de envolvimento emocional com os personagens. Pessoalmente, achei dispensável tal necessidade. Acredito eu que a intenção de Soderbergh foi, mais uma vez, realizar uma crônica de seu tempo sob o ponto de vista de uma pessoa comum - e sim, Chelsey é uma pessoa comum, muito embora ela não atue em uma profissão exatamente muito ortodoxa. Para que se entenda o ponto de vista dela, não é necessário que você já tenha saído por aí trocando serviços sexuais (e principalmente sentimentais, no caso dela) por dinheiro.

No entanto, o filme em determinados momentos chega a ser monótono. Nesse ponto, acho que Soderbergh errou, ao esticar muito uma ideia que, acredito eu, ficaria muito melhor em um curta de 15 minutos. Em determinados momentos a narrativa se repete até a exaustão. Alguém poderia ter dito que nós poderíamos muito bem ter entendido o argumento dele logo na primeira ou segunda vez. Como toda crônica, fica muito bem em 1/3 da página do jornal. Mais que isso, vira masturbação intelectual.

31 de outubro de 2009

Coisas (Inaceitáveis) Da Vida

Infelizmente, um primo meu (na verdade, filho de uma prima minha) faleceu nesta sexta feira. Tinha quase 4 anos de idade.

Ele fez uma cirurgia para a remoção de um tumor no cérebro, cirurgia esta considerada um sucesso pelos médicos responsáveis. No entanto, ele veio a falecer com uma broncoembolia, enquanto estava na UTI.

Não havia um único plantonista na UTI do hospital (particular, pago por um plano de saúde que vinha recusando-se repetidamente a cobrir a cirurgia), naquele momento. Era madrugada. A administração do hospital dizia o tempo todo que um médico viria vê-lo - na manhã seguinte.

Às vezes eu tenho a impressão de que a saúde, pública ou privada, no Brasil ou em outros países, está doente. Doente de interesses pessoais.

25 de outubro de 2009

La Kinski!






























Vi esse retrato dela hoje, da época em que ela fez Tess, em 79, com o recém-frequentador da cela, Polanski.

Lindona, não era?

24 de outubro de 2009

Rendição

Esta semana, enquanto conversava com colegas meus, voltamos a um tema que já foi discutido em outra postagem (não me lembro exatamente onde, mas estou com preguiça de procurar). Trata-se de saber até onde se está disposto a ceder ao encontrarmos alguém de quem realmente gostamos. A princípio, não existem grandes dificuldades lógicas sobre o assunto: a partir do momento em que impomos condições pra gostar de alguém e sofrer todas as implicações decorrentes dessa decisão, é porque não estamos dispostos a gostar dessa pessoa, e o melhor a fazer é seguir em frente. Fim de papo.

Realmente gostar de alguém, no entanto, significa justamente fazer o contrário: você se entrega, se doa, se rende. Abre mão de uma série de coisas, muitas vezes superando o limite do razoável. Obviamente existe uma diferença entre o altruísmo e a negação destrutiva do ser, o que demanda um mínimo de racionalidade. Mas isto depende de cada um. O que me fez lembrar de uma certa historinha, que merece ter o seu devido balanço e exposição pública (com o devido resguardo dos envolvidos, à exceção de minha pessoa).

J. foi extremamente importante pra mim no primeiro semestre deste ano. Era como um sonho tornando-se realidade, ou, acredito eu, um sonho tornando-se realidade em sentido estrito. Talvez fosse algo análogo ao que muitos rastafáris sentiram ao ver Haile Selassie I, último imperador etíope, ao desembarcar no aeroporto de Kingston, na Jamaica, nos anos 60. Esse sentimento só cresceu ao perceber que, em certa medida, J. me correspondia.

Em pouco tempo, eu já havia modificado muitos de meus planos para que, futuramente, eu pudesse ficar o máximo possível com J. Dentro em pouco, ela, sem apontar-me uma única arma ou realizar qualquer tipo de coação, já havia me rendido. Doce rendição, diga-se de passagem.

Só que, enquanto da minha janela era possível divisar mandacarus, catingueiras e barrigudas, da janela de J. era possível ver araucárias. Até existia a possibilidade de nos encontrarmos, mas ela não se concretizou a tempo, de forma que eu pudesse fazer a diferença. Não houve outra saída para mim e ela, senão seguir caminhos diferentes. Não posso dizer com segurança no que diz respeito a ela, mas de minha parte, foi a contragosto.

De toda forma, tive uma experiência concreta de rendição, e minha opinião é de que ela foi extremamente construtiva. Uma pena que, mais uma vez, a distância me separou de gente pela qual valia a pena abandonar a individualidade.

18 de outubro de 2009

Inversão De Valores

O Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, quarta força armada iraniana e tropa de choque ideológica do regime dos aiatolás, sofreu hoje um atentado em uma região próxima à fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão. 29 pessoas morreram, entre elas diversos oficiais de alta patente da Guarda Revolucionária. O grupo sunita Jundallah assumiu a autoria do ataque. Depois do ataque, os iranianos foram rápidos em colocar a culpa nos EUA e Reino Unido.

Acho que neste ponto os iranianos estão rápidos demais no gatilho, ao acusar os EUA e Reino Unido assim. Por dois motivos:

- Os americanos e os ingleses não iriam armar seus inimigos nos campos de batalha do Afeganistão e Paquistão. E eu realmente espero que eles tenham aprendido a lição com o Talibã, sobre armar gente potencialmente perigosa só pelo fato de eles estarem momentaneamente um inimigo seu;

- Os iranianos (xiitas) já possuem tretas demais com sunitas e o que não falta é gente com vontade de estourar um ou dois comandantes militares deles: os já referidos talibãs, a Al-Qaida (sim, eles não suportam os xiitas), os grupos sunitas internos, como foi o caso dessa vez...

O que, na minha opinião, só mostra o quanto os neocons são um porre, em qualquer ponto do espectro ideológico.

17 de outubro de 2009

Enquanto Isso, No RJ...

... um helicóptero foi abatido em um confronto entre policiais e traficantes, em um morro.

Prepare-se: um vendedor certificado de soluções fáceis para problemas de segurança pública vai bater à sua porta em breve.

12 de outubro de 2009

Pequenos Prazeres

Apesar da correria, ontem eu tive a oportunidade de fazer algo que não fazia há tempos: ficar pensando em nada no laguinho da UFPE, que tem uma pequena área verde urbanizada ao seu redor, dentro do campus principal da universidade.

Acho que havia esquecido o quanto isso faz bem.

30 de setembro de 2009

Intolerância

É com grande pesar que eu fiquei sabendo, através do Diário de Pernambuco, que o jornalista da casa Rafael Dias Batista, 25 anos, foi agredido nas dependências do referido periódico recifense. Segundo matéria do jornal, Rafael levou um soco de um homem que apareceu na portaria do Diário, no bairro de Santo Antônio, região central da capital pernambucana, identificando-se como filho do falecido vereador Luiz Vidal.

Tudo indica que o motivo da agressão foi a insatisfação do mesmo pelo fato de Rafael, ao noticiar a morte do político, relatar como causa do óbito encefalopatia espongiforme transmissível (BSE, sigla em inglês), também conhecida popularmente como mal da vaca louca. Segundo os médicos que atenderam o vereador, existem 96% de chances de o vereador ter realmente falecido em decorrência da doença.

Rafael foi meu companheiro de turma na UFPE. É um profissional sério e inteligente, que não é chegado em polêmica barata pra vender jornal. A agressão mostrou-se totalmente descabida, e se tornará mais absurda caso o referido agressor não seja de fato familiar do político. Pelo que fiquei sabendo, o SinjoPE já posicionou-se de forma veementemente contrária à agressão e em apoio ao Diário de Pernambuco. Rafael pode e deve prestar queixa contra o agressor e mover o devido processo legal contra o mesmo.

É triste perceber que a minha profissão, embora não mais tanto assim, ainda é alvo de ataques injustificados por aqueles que não gostam de ver sua posição social ou política ameaçada. É verdade, também, que muitos jornalistas não possuem o mínimo de ética necessário à convivência em sociedade, mas Rafael certamente não é um deles.

Uma vez, um professor meu disse que a palavra na mídia é uma pistola Magnum .44 carregada. Não tenho boas perspectivas quanto ao futuro daqueles que passaram 4 anos, no mínimo, dentro de uma universidade para aprender a propagar notícias de forma correta (e não pretendo me alongar nesta discussão por enquanto), mas de certa forma ainda somos vistos como potencialmente perigosos. E precisamos usar o nosso poder com sabedoria, denunciando abusos como o ocorrido.

27 de setembro de 2009

Viciado




"Melnitsa", banda russa. A palavra "Zima" significa inverno.

26 de setembro de 2009

A Tênue Linha

Em recente ação da PMRJ, um sequestrador foi morto por um disparo de fuzil por um franco-atirador posicionado em um prédio nas proximidades do incidente. O mesmo segurava pelo pescoço a proprietária de uma farmácia e empunhava uma granada de mão. A ação foi aplaudida pelos curiosos que assistiam a ação dos policiais.

Era evidente que, portando um explosivo com capacidade de afetar pessoas num raio de 10 a 20 metros, e mostrando-se intransigente às tentativas de negociação, a ação da PM carioca foi acertada, se analisarmos friamente. É o procedimento padrão em outras polícias do mundo ao saber que determinado indivíduo porta uma bomba e pretende usá-la contra civis. Trata-se de uma daquelas clássicas situações onde a vida de um é sacrificada para preservar a vida das potenciais vítimas, muito embora eu nunca me sinta confortável com este tipo de pensamento.

No entanto, o que realmente me incomodou foram as reações das pessoas, a começar por aqueles que aplaudiram a ação da polícia. Mais tarde, como era de se imaginar, na internet começaram a brotar opiniões seguindo o já batido mote "bandido bom é bandido morto". Não deixa de me impressionar o fato de que situações como esta são pródigas em fazer despertar o pequeno totalitário que existe em todos nós, ávido por soluções rápidas que desapareçam com um problema das nossas vistas, e de quebre proporcione um pouco de catarse para aliviar nossas frustrações.

É evidente que a vida de muitos estava em risco, e que uma ação rápida se fazia necessária. Mas situações assim não deveriam ser a regra, ainda que muitos acreditem o contrário. Não se pode confiar em instituições que banalizam a vida de qualquer um, ou que esteja disposta a abrir mão de direitos fundamentais com o intuito de garantir uma suposta segurança. Mudanças conjunturais nem sempre dão o resultado esperado, mas o mesmo não se pode dizer das mudanças estruturais, ou seja, aquelas que afetam os motivos que levam alguém a cometer um crime.

22 de setembro de 2009

Filósofo

Frase do "Na Prática A Teoria É Outra", no blog do Hermenauta:

se tirar do patrimônio histórico humano tudo que os homens já realizaram até hoje só pra pegar mulher, acho que só sobra “Bruno” [filme de Sasha Baron Cohen].

Gênio. Simplesmente genial.

Hard Power

O governo brasileiro deu mostras de que está disposto a usar aquilo que se convencionou chamar de "hard power" em Relações Internacionais, a partir do momento em que abrigou o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Depois de dispersar manifestantes anti-golpe nas redondezas da embaixada, o governo de facto da república centroamericana cortou o fornecimento de eletricidade, água e telefone do compound da representação diplomática brasileira na capital, Tegucigalpa.

Minha opinião é a de que o governo está agindo de forma correta para terminar com a crise no país, uma vez que o governo golpista dá mostras de que não pretende ceder de forma incondicional, conforme resoluções aprovadas pelas Nações Unidas e pela Organização dos Estados Americanos. Simplesmente abrigar Zelaya em qualquer país significa indiretamente referendar o golpe, e abre brechas para que o mesmo venha a acontecer em outras nações de nosso continente.

Mais: qualquer tentativa de hostilidade por parte das forças oficiais hondurenhas ao território de qualquer representação diplomática deve ser acompanhada de endurecimento das sanções ao país. Em último caso, e é duro pra mim dizer isso, a OEA deve considerar a realização de uma intervenção militar no país através de uma missão de estabilização nos moldes da MINUSTAH (da ONU), atualmente no Haiti. A situação em Honduras não inspira a confiança de nenhum governo em sã consciência no hemisfério.

21 de setembro de 2009

Alea Jacta Est



































Estou me sentindo um guerreiro viking que vai pra batalha (ui!): saiu o meu grande objetivo de um ano pra cá, que é o edital para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal.

A má notícia é que a prova, desta vez, está bem mais difícil, com a inclusão de uma fase discursiva. É muito provável que eu não passe neste ano.

No entanto, ainda assim eu vou continuar me preparando e irei fazer a prova sem me importar muito com as consequências. É pra isto que eu estou aqui, não é verdade? De toda forma, é uma ótima preparação.

Valhalla, I am coming!

19 de setembro de 2009

Wrote Better

Já ouvi dizer que quando alguém é bom em alguma coisa, a gente elogia o sujeito. Mas se o indivíduo em questão é muito bom, então a gente xinga.

É o caso do filho da puta do Xico Sá, o cearense mezzo-recifense-mezzo-paulistano. Eu queria escrever um texto bom hoje, mas vou abrir espaço para o moço. A gente precisa sair da frente, às vezes, e render-se à genialidade desse companheiro de região e de profissão. O post em questão é do dia 15 de setembro (infelizmente, o blog dele não tem permalinks).

12 de setembro de 2009

"... Y Esperaré Hasta El Matrimonio"



Calma, não virei neocon.

O fato é que esse vídeo, conhecido popularmente como "Amo A Laura", tornou-se hit na internet há alguns anos, e motivo de muitas risadas entre amigos meus pelo óbvio ridículo da situação. Ao menos pra mim, é claro que uma campanha desse tipo, tão carola, infantilóide e (porque não?) imbecil, não iria ter sucesso e, no mínimo, aumentaria a procura de virgens temporões por serviços sexuais. Ou seja, virgem mesmo eu não continuo nem a caralho! Vai que me comparam com esses manés?

O problema é que o ridículo e o exagero são ótimas formas de crítica de uma realidade concreta. O vídeo e o grupo são fakes.

Trata-se de uma campanha publicitária da MTV espanhola sacaneando com os grupos conservadores de defesa da família que, imagino, deve dar lá na Espanha feito jogador brasileiro no campeonato de futebol do respectivo país. O nome do grupo fictício é Los Happiness, e era composto de atores contratados em esquema de casting, como em qualquer campanha publicitária.

Há um certo tom de indignação na minha fala: por motivos óbvios. Porra, sacanear um negócio que já é tiração de onda? Me sinto como se tivesse requentado café! Se bem que, do jeito que a coisa vai, é capaz de levarem eles a sério na atual novela das seis da Globo...

7 de setembro de 2009

7 de Setembro: Milicos Ganham Brinquedos Novos

Como se sabe, Brasil e França assinaram um acordo militar bilionário neste 7 de Setembro, envolvendo a compra de 4 submarinos convencionais da classe Scorpène, assistência técnica para a construção do casco de um submarino nuclear de 6 mil toneladas de deslocamento aqui no Brasil, e a construção de 50 helicópteros pesados na fábrica da Helibrás em Itajubá, MG. Ao mesmo tempo, Lula e Sarko-kô meio que deixam acertada a aquisição de 36 aviões de caça Rafale, nas versões B (biplace) e C (chasseur), bem como o referido processo de transferência tecnológica para empresas brasileiras - inclusive a Embraer, que montará o avião por aqui. Concretizado o acordo, a França também considerará seriamente a compra de 12 aeronaves KC-390 da firma do ABC paulista, destinados ao transporte (19 toneladas) e reabastecimento de aeronaves em vôo.

Algumas coisinhas:

- A aquisição de novos armamentos é um procedimento normal para qualquer país que mantenha um exército regular (e até aqueles que não o tem, como a Suíça). O papel internacional do Brasil também mudou, expandindo-se. Mas a construção do submarino nuclear nada mais é que os nossos almirantes com complexo de pau pequeno, já que as funções que serão desempenhadas por ele poderiam ser feitas, e até com mais eficácia, por submarinos convencionais ou com tecnologia de propulsão independente de ar - tecnologia disponível, inclusive, em uma das versões do submarino Scorpène;

- Contrapartidas comerciais na aquisição de equipamentos desse tipo são relativamente normais, mas o que impressiona é o fato de que os franceses irão adquirir os 12 aviões KC-390, tendo projetos para a fabricação de 2 modelos de aeronaves para as mesmas funções.

Os milicos, claro, estão felizes. Mas ninguém está mais feliz que o establishment bélico francês. A ver os resultados.

5 de setembro de 2009

E Se Não For Assim?

Este blog anda sentimental demais, e este post não vai fugir da tendência. Mas prometo que este é o último, antes que apareça gente aqui me apontando o dedo na cara e me chamando de piegas, menininha, etc. e tal.

Acredito que sou o tipo de pessoa que acredita em tipos de pessoa certos (e a repetição de termos foi intencional), para cada situação. Um relacionamento amoroso não fica de fora. Não que eu ache que existe algo do tipo "alma gêmea", mas às vezes existe uma coincidência tão grande de interesses que é difícil não ficar no mínimo admirado com certas mulheres, no meu caso. Existem também as preferências no que diz respeito à aparência também: nem sempre a menina precisa ser uma modelo internacional pra te chamar a atenção e fazer com que você sequer se importe com a existência das referidas modelos internacionais. Basta que ela desperte em você algo bom, e pronto.

Temos os ingredientes da nossa receita: interesses comuns e uma aparência que te deixa confortável. Mas tive um estalo essa semana que me deixou com uma pulga atrás da orelha, e imagino que já tenha acontecido com outras pessoas: e se aquela pessoa que você acabou de conhecer tiver um defeitinho mínimo, porém decisivo pra que você a deixe pra lá? Pra mim, isso poderia se manifestar como uma bizonha preferência por axé ou música sertaneja, ou as famosas pessoas efusivas demais. A minha dúvida tem origem no fato de que nem sempre a gente consegue descartar completamente alguém de quem começa a gostar. Coisas da vida, acho eu.

30 de agosto de 2009

Tirando Para Dançar

- Te convido para, junto de mim, partilhar desta dança da vida, amiga. Saiba, no entanto, que talvez meu ritmo seja diferente do seu. Na maioria das vezes, meu ritmo é diferente do de todo mundo. Ele é lento e cheio de altos e baixos, como se fosse uma barcarola. É assim por ser um reflexo de minha própria vida, e de minha própria compreensão de que minha vida não seria perfeita de outra forma. É um ideal a ser seguido. Eu anseio muito pelo momento em que você vai me dar a mão e a banda começar os primeiros acordes. Mas não faça isso se achar que não conhece os passos, ou que o cavalheiro que a conduz não é suficientemente hábil. Confio em seu julgamento. Se vieres, te prometo o movimento das ondas, o vento das dunas, a sombra de uma árvore praiana. Te prometo o frio aconchegante de um inverno na serra, a mansidão de um lago, o calor de minha proximidade.

Mas você é livre. E eu só danço bem acompanhado. Bem. Acompanhado.

29 de agosto de 2009

Fordismo

Às vezes eu tenho a sincera impressão de que muitas das meninas que fazem parte de um meio social adjacente ao meu são completamente iguais.

O mesmo corte de cabelo, a mesma roupa, o mesmo tipo corporal, o mesmo sorriso, as mesmas poses nas fotos orkut, myspace, facebook (e para os mais nostálgicos fotolog), a mesma maquiagem...

É como se eu estivesse vendo um catálogo de modelos de Barbies diferentes.

Aí depois vem um puto de um colega meu dizendo que o fato de eu gostar de meninas de cabelo curto é desejo homossexual reprimido. É não. É uma opção pela diferença mesmo.

P.S.: É um post um tanto requentado, esse. No meu antigo blog eu fiz uma crítica pesada à obrigação que muitas meninas sentem de parecerem felizes o tempo todo, fazendo o sinalzinho de "V" a cada foto que tira em raves ou então em festas de reggae na praia do Pipa. Tomei um pito da ex-namorada de um colega meu. Fazer o quê, era impressão minha.

25 de agosto de 2009

Ficou No Ar

Meio que excedendo a cota de textos semanais que eu havia estabelecido, resolvi fazer um post hoje. A provocação veio deste texto que encontrei neste blog aqui (aliás, recomendo. ela escreve muito bem.). De uma forma extremamente singela, a Menina Misteriosa (que não é H. W. - eu nem sei se H. W. é mulher, pra falar a verdade) trata de uma situação que já deve ter ocorrido muitas vezes e com pessoas diferentes. Comigo inclusive, embora faça tempo - e ela não teve um "segundo pensamento" para reconsiderar o que eu oferecia.

Triste, sim. Não mais triste, talvez, do que o destino reservado àqueles que, mesmo tendo certeza dos sentimentos e estando dispostos a apostar alto em busca da felicidade (é, eles sabem do risco que correm e não estão nem aí para a possibilidade de se machucarem feio). Lindo, até a parte em que um fato maior impede que concretizem o que sentem. Normalmente, é a distância.

Sabe aquele novo-velho adágio que diz que "gente legal mora longe"? Pois sim. Tem seu defeito de impedir que se vejam as pessoas legais que estão ao seu redor imediato, mas, pombas, por que tem de acontecer de sabermos da existência de alguém tão sensacional lá na caixa-prego, longe de seu alcance?

A sabedoria popular, desta vez mais antiga, também tem um ditado que descreve bem essa situação - e aquela descrita pela Menina Misteriosa: "Deus dá nozes a quem não tem dentes". A situação é tão triste que, quando o contrário ocorre, vira roteiro de filme cabeça. Estão aí Before Sunrise - Before Sunset que não me deixam mentir.

23 de agosto de 2009

Que Fazer

Meus olhos brilharam quando soube da notícia: A UFPE, em parceria com a SUDENE, começou neste semestre um novo programa de pós-graduação. Serão oferecidas 45 vagas anuais para o mestrado em Gestão Pública Para o Desenvolvimento do Nordeste. Minhas mãos estão coçando tanto para escrever um projeto que eu nem sei por onde começar. Ou melhor, sei: como fixar o habitante de distritos, povoados e vilas da zona rural das cidades nordestinas em seus locais de origem, sem precisar recorrer a um êxodo às sedes do município, ou mesmo sair para outras regiões?

Tá na hora de incorporar o espírito de Celso Furtado, Josué de Castro, Milton Santos, Caio Prado Jr....

* * *

UPDATE 2: Quem é H. W.?

22 de agosto de 2009

Desenhando 2010

Houve um congresso do P-SOL em SP essa semana. Aparentemente, diversas tendências internas do partido estão querendo lançar o nome de Plínio de Arruda Sampaio, importante quadro do partido mas pouco conhecido do público, à candidatura à Presidência em 2010.

Eu vejo isso com bons olhos, do ponto de vista estritamente político. Isso porque:

- Plínio é um radical responsável, no que diz respeito à condução do Brasil, mas de uma forma geral tem boas ideias e representa o que as propostas do PT representaram nos idos da década de 80 e 90. Nesse ponto ele representa uma quebra substancial com a escolha tradicional de HH, que parece estar mais preocupada em vingar-se do PT e de Lula do que qualquer outra coisa (2006 não bastou!), caracterizando aquilo que se convencionou chamar de "udenismo de esquerda";

- Apesar de fazer essa crítica a HH, eu imagino o potencial dela como candidata ao governo de Alagoas. Ela teria votos suficientes em Maceió para levar a disputa para, ao menos, o segundo turno no Estado, e ainda ao menos, forçar a coronelada de lá a abrir o olho. E se vencer, acho que vai ser uma das maiores vitórias já conseguidas pela esquerda neste país.

Eu consideraria votar em Plínio, dependendo da configuração de forças políticas a aparecerem daqui para o próximo pleito presidencial. Mas diferentemente de 2006, estou apenas externando uma opinião pessoal, e não fazendo explicitamente campanha.

* * *

UPDATE: Quem é H. W.?

16 de agosto de 2009

Um Exercício De Imaginação

Imagine-se voltando de madrugada pra casa. No som do carro, "Slipping", do álbum do Moby de 2005 (Hotel). A cidade está fria e vazia a esta hora. A garoa cai de forma insistente, e uma neblina bloqueia sua visão a partir de uma certa distância.

Acima de tudo, você está sozinho neste momento. O que esperar?

Está aí um tipo de exercício de imaginação que faz você reconsiderar muita coisa na sua vida. Ou então te deixar firme em muitos propósitos anteriormente firmados. Ao gosto de cada um.

13 de agosto de 2009

Apocalypse Now, Redux

Victor diz:
ei, XXXX
soubesse da história do deputado lá do amazonas?

XXXX diz:
ainda nao
dix

Victor diz:
o cara tinha um programa no estilo do de cardinot ou de datena, na tv local
aí os caras descobriram q ele tava matando os bandidos pra poder ter mais audiência no programa
dá pra tu?

XXXX diz:
que bom!
ainda bem que era bandido
num era?

Victor diz:
uh...
esquece

8 de agosto de 2009

Muito Obrigado, Lech Walesa

Poloneses dizem que show de Madonna é "ataque do demônio"

A popstar Madonna chega à Polônia cercada de polêmicas. A cantora, que está em turnê com "Stick & Sweet", tem um espetáculo marcado para o dia 15 de agosto em Varsóvia, capital polonesa. Mas de acordo com o Female First, as autoridades locais não estão muito felizes com a chegada da diva.
(...)
"É uma provocação satânica. Sou um homem de fé e peço que tais eventos não aconteçam junto com importantes celebrações de minha religião", declarou o ex-presidente Lech Walesa.

Aqui.

* * *

Muito obrigado, senhor Walesa. O senhor fez com que eu passasse a ver as ações da ZOMO como sendo o máximo.

4 de agosto de 2009

2 de agosto de 2009

Elegia

Quando escrevi, na semana passada, um obituário sobre a situação de meu time de coração, me senti em uma posição delicada e não pude deixar de ter, ainda, uma ponta de esperança sobre sua recuperação. Nessas horas você começa a apelar pra expedientes mágicos, e na ânsia de sair dessa situação desesperadora muita gente jogou a ética e a moral para as cucuias. Eu não os culpo. Aliás, é difícil definir o que sente o torcedor ao ver suas últimas esperanças se esvaindo. Mas acho que posso ilustrar da seguinte forma:

Imagine você que uma pessoa muito querida sua (um parente próximo ou um de seus melhores amigos) descobriu, em 2006, que tinha câncer, AIDS ou uma doença degenerativa potencialmente fatal. Desde então, ele não faz outra coisa a não ser definhar. Imaginando ainda que você tenha recursos de ajudá-lo, você termina apelando para todo e qualquer tipo de tratamento miraculoso - afinal de contas, você abandona toda a sua racionalidade com o objetivo de salvar aquela pessoa a qualquer custo.

Só que os tratamentos que médicos e terapeutas prometem não dão resultado. Na verdade, alguns desses médicos e terapeutas, descobrimos depois, na verdade eram charlatões que estavam se aproveitando da boa fé e do desespero das pessoas que circundam o doente. Chega a um estado em que, não importa o tratamento aplicado, ele não irá responder (e isso ocorre mais precisamente no último trimestre de 2008). Este é o estágio terminal da doença, acompanhado das já esperadas infecções oportunistas. Um belo dia, o organismo não resiste mais e falece.

O que aconteceu com o Santa Cruz nos últimos anos foi mais ou menos isso. Nos prometeram muitas soluções mágicas, mas nenhuma realmente deu certo, ou então só pioraram a situação. A crônica ausência de gols, o excesso de volantes, a péssima qualidade dos laterais são situações que poderiam ser facilmente contornadas caso o organismo, ou seja, o clube, estivesse em boas condições. Isoladamente, fora do contexto que o clube já vivia desde a derrota no Pernambucano de 2006, elas não fariam diferença. Quando o time perdeu na quarta rodada de uma fase inicial de 6 partidas, com um retrospecto nada animador, de certa maneira sabia que aquele era o último suspiro de meu time. E aí que mora o perigo.

Sim, porque quem já teve a tristeza de perder um ente querido sabe como é difícil aceitar uma perda. Você acha, durante algum tempo, que nada disso aconteceu. Que tudo foi um pesadelo, e o falecido vai entrar, em carne e osso, pela porta da frente, firme e forte, e ainda contando anedotas. O problema é que os que se vão nunca voltam (e não é minha intenção discutir teologia neste texto). No fundo, as esperanças se mantêm, embora possa se questionar a salubridade desse tipo de pensamento.

Eu fiquei profundamente triste com a derrota de hoje para o time do Central, pois ainda mantinha uma faísca de esperança de que o time pudesse se recuperar. Isto não aconteceu, como se sabe. E a anunciada morte do time foi consumada no "enterro" de hoje. Acredito que devemos honrar o morto e prestar-lhe os últimos deveres fúnebres no próximo domingo. Restará a lembrança de um time que, outrora, nos deu tanto orgulho. Como os bons momentos que passamos ao lado daqueles que amamos, mas que por algum motivo se foram para não mais.

1 de agosto de 2009

Droplets

Eu estava ouvindo uma música de Blondie que eu não conhecia: "Call Me". Tem o peso que umas 20 bandas de Nü Metal, hoje, não têm. A década de 70 continua dando lição em muito adolescente hoje em dia.

E Debbie Harry era muito, muito gata.

* * *

Comecei a estudar Legislação Aduaneira esta semana, obviamente com fins de concursos. Não tinha ideia da quantidade de requisitos técnicos são necessários para se realizar o desembaraço de uma carga num porto: achava que fosse simplesmente entregar uma fatura com o valor da mercadoria pra um auditor fiscal, que emitiria uma DARF na hora, sem mais perguntas.

E gostei do que vi.

* * *

Eu julgava que, no espectro político brasileiro, o PSTU fosse um partido mais inexperiente do que o PSOL, cheio de macacos velhos dos tempos de PT. Ledo engano. As últimas inserções de ambos os partidos mostram que o PSTU fez um programa muito mais capaz de chegar ao cidadão comum. Ao contrário do que o PSOL fez, que continuou com o mesmo discurso batido "denúncia/palavra de ordem", somado ao recente udenismo moralista. Acho que precisam mudar, dando espaço para a militância de base, sindical e estudantil, além de mostrar possibilidades concretas de quebra de paradigma político.

25 de julho de 2009

Nota De Falecimento

Faleceu na noite de hoje o Santa Cruz Futebol Clube, vulgo Santinha ou Coral, em sua residência, o estádio José do Rego Maciel, no bairro do Arruda, em Recife, Pernambuco. O enterro ocorrerá no próximo sábado, no cemitério do estádio Luiz Lacerda, bairro Maurício de Nassau, Caruaru, Pernambuco, com uma missa de sétimo dia prevista para a semana seguinte na antiga residência do defunto.

Muito pranteado por seus amigos e associados, o Santa Cruz Futebol Clube passava por uma longa agonia desde o ano de 2006, quando um câncer começou a acometê-lo. A lenta evolução da doença foi acompanhada por seus admiradores, e não deixou de admirar a garra que o mesmo tinha em persistir lutando contra o processo que lhe consumia o corpo e, principalmente, a mente.

Coube ao Esporte Clube Sergipe aplicar-lhe a eutanásia, processo que não foi nada fácil dada a resistência ao doente. Finalmente, após 90 minutos, foi constatada a definitiva dormição dos órgãos vitais do Santinha. Alguns confrades religiosos do finado manifestaram a intenção de encaminhar ao Vaticano e à Igreja Ortodoxa dados para o processo de canonização por martírio.

Leve.

Tenho a sensação de que hoje irei dormir de bem comigo mesmo.

21 de julho de 2009

Sangue!





















E ainda era mais bonita que Uma Thurman


Esses dias que fiquei fora do blog também assisti um ótimo filme, ainda que tosco (especialmente no que diz respeito aos efeitos especiais): trata-se de "Lady Snowblood" (Shurayukihime), estrelando a outrora muito bonita Meiko Kaji. Trata-se de uma história dramática, e pelo que pude perceber bem comum no cinema histórico japonês. Tem um tom mais novelesco do que clássicos do nível de "Os Sete Samurais", mas as semelhanças com as águas-com-açúcar param por aí: a dose de violência do filme é impensável para os padrões mainstream vistos em Hollywood hoje em dia.

Trata-se da história de uma moça que foi concebida com um único propósito em mente: vingar sua mãe, que teve a vida desgraçada por 4 escroques (a referida foi pra cadeia por matar um deles e, por pegar prisão perpétua, trepava na cadeia com qualquer carcereiro com o objetivo de fazer a vingadora). A mãe morre no parto e a menina fica aos cuidados de suas companheiras de cela, que a levam, com 6 anos de idade, para treinar artes marciais com um monge budista. Aos 20 anos, ela sai em busca de vingança.

A história vai parecer familiar pra muita gente, e com razão: ela serviu de inspiração para "Kill Bill". O que não é de se estranhar, conhecendo a pecha de Tarantino para o brega e o lado obscuro da cultura de massa. De qualquer forma, os elementos principais da história de "Lady Snowblood" ecoam tanto na saga da vingança da noiva quanto no histórico pessoal de O-Ren Ishii. Vale a pena assistir, mas não vá esperando grandes coisas de uma produção que, aparentemente, usou extrato de tomate diluído para fazer o sangue cenográfico. Em abundância.

20 de julho de 2009

Ideias Florescentes

Para fins de concurso (sempre eles, sempre eles!), eu comecei a estudar programação básica. Fiquei negativamente impressionado com a quantidade de tópicos de Ciência e Engenharia da Computação existentes na prova de informática do concurso para técnico da Receita Federal do ano 2000. E isso porque era a prova aberta para qualquer curso, não a específica pra TI.

Mas ao dar a primeira folheada no livro, um velho projeto me veio à mente. Atualmente, os simuladores de governo e geopolítica existentes no mercado de jogos são terríveis no que diz respeito ao principal - simular uma relação no sistema político internacional. Concentram-se mais nos gráficos (que nem sempre são tão bons assim) e nos aspectos bélicos que necessariamente no estabelecimento de alianças, tratados comerciais e aquisições externas para o Estado.

Então, pensei, por que não iniciar um projeto pessoal nesse sentido, sem grandes pretensões? Certo que a base de dados e os eventos desse jogo, bem como o raciocínio da inteligência artificial, nesses casos, não deve ser bolinho de se fazer. Mas eu me sentiria livre pra deixar pra lá uma interface gráfica que consumiria muito trabalho, mas que no final das contas não iria servir pra grandes coisas (a não ser deixar o negócio muito pesado de rodar).

Necessito de uma sugestão, no entanto, embora muita gente vá dizer que eu estou colocando o carro na frente dos bois: que linguagens usar? Fico com medo de me deparar com páginas e mais páginas de código a editar e compilar. Queria algo simples, mas em uma linguagem de alto nível, já que não tenho paciência de ficar digitando longos códigos crípticos em C, COBOL e similares... Sem falar que eu planejo dedicar, no máximo, meia hora de meu dia pra tal fim.

Alguém tem alguma sugestão?

13 de julho de 2009

Let's Fade Together...

Neste tempo que eu passei fora também teve a polêmica decisão do STF de extinguir a necessidade de diploma de jornalista para exercer a função.

Eu me senti meio que um último do moicanos ou um falante de uma língua indígena que somente mais 5 pessoas falassem: é horrível saber que sua profissão está fadada a desaparecer (ao menos da forma como conhecemos), e mais ainda quando se sabe que o processo é inevitável. Rafael Galvão, o baiano, colocou isso na forma de um texto extremamente ácido. O problema é que ele tem, em certa medida, razão.

Mas uma foto que uma colega minha postou no álbum do Orkut foi emblemática, tanto por ser trágica quanto por ser cômica. Mostra uma lata de lixo estilosa, de metal, com 4 carteiras de jornalista dentro dela. A dessa minha colega inclusa.

Estamos em processo de virarmos piada pronta.

11 de julho de 2009

Week Review

Em primeiro lugar, como, como alguém em sã consciência tira dois alas de um time que está empatado em 0 x 0, hã? O próximo erro não deveria ser perdoado.

* * *

Nós já tivemos nossa dose de nonsense para esta semana. Foi impressionante o quanto conseguiram espetacularizar o enterro de Michael Jackson. De início, já foi um absurdo terem vendido ingressos para um enterro: em qualquer lugar do mundo isso seria uma piada. Mas fizeram, nunca se pode deixar de duvidar da capacidade que os americanos têm de transformar algo em dinheiro. Mas o show para o caixão laminado em metal (era ouro?) foi o cúmulo da cafonice. Um musical satírico da Broadway não seria tão patético.

* * *

A GM saiu da recuperação judicial, embora a maior parte das ações continuem, como uma boa empresa comunista, nas mãos dos governos americano, canadense, e do sindicato dos trabalhadores da indústria automotiva dos EUA. Mas a pergunta que não quer calar é: eles vão continuar contribuindo para que a orla do bairro de Boa Viagem, em Recife, passe a ser no bairro da Várzea? (dica: Googleearth it)

* * *

E falando em meio ambiente, este está sendo um dos invernos mais quentes que já vi.

* * *

Teve a história do traseiro da menina que chamou a atenção de Obama e Sarkô. Acho que o negão tirou uma casquinha mesmo. Mas o mandatário francês e narigudo não tem desculpa: quem tem Carla Bruni em casa não deveria sentir vontade de olhar pra mais nada.

5 de julho de 2009

Ainda O Golpe Em Honduras

Estava preparando algo diferente para ser postado, mas hoje o dia é decisivo. Quaisquer semelhanças com o 6 de junho de 1944 não serão mera coincidência.

Eu sugiro a todos que quiserem acompanhar a chegada de Manuel Zelaya a Honduras, que comecem indo ao blog e ao twitter do Idelber Avelar. Ele está fazendo uma cobertura espetacular do que está acontecendo por lá, e confio na qualidade dele no relato dos eventos das próximas horas.

A melhor cobertura internacional do golpe em Honduras está sendo feita por, pasmem, a Telesur. Eu via a rede com certas ressalvas em relação à sua idoneidade, mas o trabalho deles está muito interessante, ainda mais depois que uma equipe de repórteres foi vítima dos gorilas militares de lá. Aliás, a cobertura internacional está razoavelmente boa, com exceção da mídia brasileira e da Fox News, claro.

Esperemos que nada de grave aconteça e que a verdadeira ordem institucional hondurenha retorne.

* * *

Hoje, a partir das 4 da tarde, teremos a estréia do glorioso tricolor do Arruda. Aos torcedores e admiradores do Santa Cruz Futebol Clube, será possível acompanhar o jogo ao vivo, lance a lance, pelo site oficial do clube.
A Rádio Jornal do Commercio, do Recife, também irá transmitir a partida ao vivo.

4 de julho de 2009

Golpe Não Tem Eufemismos

(Ok, retomando as atividades deste blog...)

Aconteceu muita coisa enquanto estive ausente. Tivemos a queda de 2 aviões da Airbus, onde os sistemas fly by wire foram colocados em cheque. Tivemos a morte de Michael Jackson, e de Farrah Fawcett também. Mas talvez o que mais balançou o mundo nesta época, na minha opinião, tenha sido o golpe de Estado em Honduras, no final de junho.

E digo por que. Há 7 anos a América Latina não tem um golpe de Estado militarista nos moldes clássicos, e há bem mais tempo que isso não temos um bem sucedido. As alegações dos militares, e da elite por trás deles, nunca muda: fizemos isso porque o presidente iria subverter a democracia, iria se perpetuar no poder, iria instaurar uma ditadura esquerdista, iria, iria, iria.

Nada de fatos concretos. Essa conversa está batida pois começou em 1964, aqui em terras brasileiras. No final das contas, a desculpa é a mesma: subverte-se a democracia para evitar que ela seja subvertida. É um paradoxo que acaba sendo reduzido a um argumento à força, ou seja, o militar e as elites fazem isso porque querem e porque são mais fortes que aquele sujeito que está lá no palácio presidencial.

Um golpe é um golpe. Ponto. Não interessa se o sujeito que estava no poder era um ditador em potencial, até porque era só isso, um potencial. Não havia nada que o incriminasse fora das mentes doentias que perpetraram esse absurdo que deveria ser erradicado da face da Terra. E os governos e organizações de todo o mundo fazem muito bem em condená-lo e isolá-lo.

O pior de tudo é ver gente, nas caixas de comentários dos grandes sites noticiosos do país defendendo coisa igual no Brasil. Verdade seja dita, até hoje não se inventou escudo melhor do que um teclado de computador: evita que você diga algo sem que alguém possa identificá-lo e dar uma resposta à altura, ou mesmo uma represália física às promessas de agressão que o referido troll faz. Uma lástima.

10 de junho de 2009

Meu Nome Não É Ulisses

E isso aqui não é a "Odisséia". Acho que tá mais pra uma versão dadaísta do livro de James Joyce.

1 de junho de 2009

Incorporando

Quando simplesmente olho
Para a ladeira da rua daqui
De casa,
Minha mente já começa a viajar.
Pois sei que depois dela está
Uma avenida, e a continuação da rua,
E depois mais ruas, e mais um bairro,
Até chegar nas serras que limitam
Arcoverde com Buíque.

E é chão, e mais chão
Até chegar à margem norte do Velho
Chico,
Onde do outro lado está o chão seco
E sofrido do Sertão alagoano.
A partir daqui, é possível obter um
Breve vislumbre de Sergipe, mas
Sem sair de território baiano.
Terra abençoada, dizem, mas

É uma terra de contrastes,
Essa Bahia. Aqui no norte do
Estado,
Temos sol, seca, e o sangue que
ainda escorre de um velho arraial
Arrasado. Mas basta passar por Feira
De Santana para perceber que algo
Está diferente. Creio que acabamos
de entrar no mundo de Jorge. Amado.

Minas, Minas e mares de morro
Que sobem, e descem, apinhados
De História,
De ferro, e trem. Trem. De Ferro.
Maria-Fumaça que resiste ao tempo e
À modernização de asfalto, nem sempre
Tão moderno. Leite, que se toma com
Café. Que se toma com dinheiro. Que
Rola em grande quantidade aqui,

Em São Paulo. Interior rico de
Alphavilles, pobre de emoção, pobre
De humanidade,
Para aqueles que produzem riqueza,
Mais-valia. Moedor de gente nos prédios,
metrôs, viadutos, plantações de cana,
Laranja, uva. Soja e gado por procuração.
Supera-se, supera-se, tudo se supera,
Ainda mais quando minha mente equilibra-se,

Na Serra do Mar. E chega próximo aonde
Ela quer estar. Desce a serra de mansinho,
Devagarinho,
Pois quero ter a lembrança de cada momento,
De cada batida forte do coração, quando
Chego perto. Coração que me avisa do que
Está por vir (espero!): Redenção de minha
Alma, farol dos meus sonhos, calor em pleno
Frio.

20 de maio de 2009

Blogando! [2]

Marina W.

Microblogging anti-twittérico de qualidade.

Esse treco vicia.

18 de maio de 2009

Esperando Godot

Nos últimos dias, é assim que eu venho me sentindo.

Acho que é por isso que este blog anda tão desatualizado.

E pelo visto vai continuar assim até, no mínimo o próximo mês.

28 de abril de 2009

"Que Time É Esse?"












Juro que tive de ouvir isso. Logo "dela".

Edinho, em que buraco você nos enfiou...

18 de abril de 2009

Moleskine Para Nome De Um Fetiche

Fazia tempo que eu não lia o blog da senhorita Panarello, que por sinal não anda atualizando muito o blog. Deve estar ocupada. Enfim, uma das últimas ocorrências dela diz respeito à sua relação com o seu Moleskine, de companheiro de aventuras e de horas de relaxamento.

Um Moleskine é um invento de uma papelaria parisiense de fins do século XIX. Trata-se de um tipo de caderno brochura, com capa de couro (hoje em dia, sintético ou de plástico), onde ao abri-lo, as folhas permanecem sem curvas ou dobras. Elas ficam lá, retinhas, como se você estivesse escrevendo em um bloco de notas. Existem modelos pautados, quadriculados, ou o mais famoso, que não tem pauta nenhuma.

Muita gente famosa usava Moleskine. Lembro-me de pelo menos dois: Picasso e Ernest Hemingway. Muitos viajantes europeus do passado e presente ainda o usam para registrar um diário de viagem, em suas frequentes andanças de carona, indo de albergue da juventude a albergue da juventude. Podem ser notas, desenhos a bico de pena ou até mesmo aquarelas. Mas o uso mais comum é entre os estudantes.

Eu sou louco pra ter um Moleskine. Sentir a liberdade de escrever um pensamento da forma que eu quiser, com uma caneta tinteiro ou de gel, em uma caligrafia (camoniana, no dizer de um colega meu) na qual só eu sei que vou entender. Acadêmico, pessoal. E depois guardá-lo como lembrança, feliz ou não, de um determinado momento de minha vida.

15 de abril de 2009

Pouco A Pouco

"Me empresta seus olhos só por um instante? Dá pra ver a alma da gente neles..."

E então, aquele que é provavelmente o mais belo sorriso do mundo se abriu.

7 de abril de 2009

A F-1 Que Não Volta Mais

Quem quer que tenha um pouco de graxa nas juntas e energia nas baterias (eu sou ecologicamente correto), deve ter se ligado no sucesso que a Brawn GP anda fazendo na Fórmula 1. Basicamente, eles estão passando por uma ressurreição depois do furacão da crise econômica e do fim da participação da Honda na categoria. Hoje em dia, com um carro avançado desenvolvido de forma praticamente independente e um motor de vergonha na cara (Mercedes), eles estão superando todas as expectativas, conquistando duas vitórias em 2 GP's.

A Brawn nos faz lembrar de uma época na qual se fazia o "monoposto de autor". Antes da década de 90, raramente se ouvia falar em equipe de fábrica de automóveis, mas sim em fornecedores de motores. Das notáveis exceções que me recordo, estão a Alfa Romeo, Renault, Ferrari e a própria Honda, que correu na década de 60 com bonitinhos carros nas cores de competição do Japão. A mágica mesmo era feita pelos construtores, como Frank Williams, Jack Brabham e Ken Tyrrell. Hoje em dia, vale (ou valia) o dinheiro das megacorporações.

Outra coisa que deixa saudade e que duvido muito que volte são os clássicos circuitos da F-1 de antanho. Eu já me queixei diversas vezes disso e alguns colegas meus já torceram o nariz. Mas eu gostaria de ver algo mais familiar e com mais história do que as abominações que são os GP's do Bahrain e de Abu Dhabi. É inaceitável ver que corridas tradicionais como as da França e do Canadá voaram no pau, na busca desenfreada de grana encabeçada por Max Mosley e Bernie Ecclestone.

Dos antigos circuitos, eu concedo que pelo menos uns 3 não teriam condições de voltar: Anderstorp, na Suécia, está atrasadíssimo; Brands' Hatch, na Inglaterra, é razoavelmente moderno, mas o traçado não comporta mais carros de F-1; finalmente, Jacarépaguá ainda teria um enorme potencial, não fosse a terrível má vontade da CBA e dos governos do Rio (embora Interlagos seja hoje a meca do automobilismo nacional, indiscutivelmente). Mas ver Estoril, Paul Ricard, Montréal, Zandvoort e Bueños Aires de fora é de doer.

Eu concedo que, dada a força econômica de hoje em dia, cada BRIC deveria ter um circuito. Parece que estão fazendo uns bons na Rússia e na Índia. Talvez na China eles devessem tirar a competição de Xangai e colocar no circuito de rua de Macau. Fica a idéia.

1 de abril de 2009

Eu Tenho Medo

(Bendita preguiça, bendita falta de inspiração, bendita cabeça a mil)

Eu morro de medo de ter de me apaixonar por alguém de quem todo mundo é a fim. É como quando eu tentava a vaga no Instituto Rio Branco, com a diferença de que a seleção do IRBr é comparativamente mais fácil.

Há de se separar mulheres de mulheres neste caso. Existem as deusas estonteantemente lindas, cuja aparência é um cruzado de direita no seu queixo e que chacoalha seu cérebro até o último balançar, no último neurônio da parte do cérebro responsável por avaliar a beleza feminina.

Essas eu dispenso. Ou então fico babando por elas quando uma desilusão amorosa providencial trata de ligar o "foda-se" no meu julgamento. É uma manifestação de catarse, de puro desbunde de um coração partido e cheio de mágoa: "Dane-se! Vou pedir em casamento a primeira loira de 1,90m que aparecer na minha frente!". Mas eu sei que esse tipo de vontade nunca vai pra frente, já que minha vida não é feita totalmente de cabeças quentes e corações amargurados.

Temos um problema quando se trata de uma menina não necessariamente linda, mas um "bonita-próximo-da-realidade". Esse não é exatamente o seu principal atributo, mas sim a sua capacidade de atrair as pessoas com uma palavra amiga, com meiguice, doçura, inteligência e carinho. Chovem homens em cima dessas mulheres, porque, em última análise, é o que todo mundo quer, e me dói ter de desagradar a loira de 1,90m do parágrafo acima dizendo isso.

Eu morro de medo de me ver apaixonado por uma mulher assim pois, como eu disse antes e como antes de mim disse o bardo do Cariri (Xico Sá), homens feios não conquistam mulher por nocaute, e sim por pontos ao final de um aguerrido embate de 12 rounds. Eu posso ser facilmente descartado antes mesmo que a bela infanta sequer note minha existência.

12 de março de 2009

Fudeu

Aqui

Robô programado para amar tem ataque obsessivo

Um robô programado para simular emoções humanas agiu fora do normal após passar um dia com uma pesquisadora e tentar evitar que ela fosse embora, bloqueando a porta de passagem e exigindo abraços.

Kenji, um robô da Robotic Akimu, empresa ligada à Toshiba, foi programado para emular todo tipo de emoção humana, inclusive o amor. Após uma assistente de pesquisa passar vários dias com o robô para estudar seu comportamento e instalar novas rotinas de aplicativos, este acabou perdendo o controle de si. Em um desses dias, quando a mulher tentou ir embora, se surpreendeu ao encontrar Kenji na porta que dava passagem para a saída. Além de se recusar a desbloquear a passagem, o robô começou a abraçar a assistente de pesquisa repetidamente.

A mulher só pode sair após pedir socorro por telefone a outros membros da equipe que estavam fora da sala. Eles conseguiram desligar o robô pelas suas costas e só então o sufoco passou. O site CrunchGear relata que, além dos abraços, Kenji expressava seu amor pela vítima com barulhos animalescos.

De acordo com o site Geekologie o Dr. Takahashi, um dos pesquisadores envolvidos no projeto, anunciou que Kenji deve ser desligado permanentemente, mas é otimista ao declarar que espera produzir outro robô que tenha sucesso aonde este falhou. “Esse foi apenas um pequeno contratempo. Tenho plena fé que um diz viveremos lado a lado com eles, e que até possamos amar e ser amados por robôs”, disse.

* * *

Só espero ser libertado depois do Neo. Assim essas máquinas me deixarão em paz e não tentarão me recapturar...

4 de março de 2009

Impressões Ao Ouvir - Quinteto Armorial

O Quinteto Armorial foi um projeto de música erudita que iniciou-se a partir da provocação de Ariano Suassuna. O escritor paraibano tinha como objetivo criar um padrão de música erudita com raízes populares nordestinas, e para tanto contou com o apoio de músicos da região (incluso aqui Antônio Nóbrega, que fez parte do grupo), e até mesmo políticos ligados ao estado de Pernambuco e à prefeitura do Recife. Ficou ativo por cerca de 10 anos.

Eu baixei um disco deles, mas não sei em qual ordem está, pois não tive acesso à discografia. Chama-se "Do Romance Ao Galope Nordestino". Nota-se claramente a visão de Nordeste de Ariano Suassuna, onde é perceptível a contribuição indígena e negra, mas principalmente ibérica e medieval, contendo elementos célticos, latinos, judaicos e mouriscos.

E é simplesmente lindo.

Há duas músicas, chamadas "Romance da Bela Infanta" e "Romance da Minervina", que são de vir lágrimas aos olhos. Eu tive a oportunidade de ver algumas das músicas do álbum completo quando Suassuna veio com sua aula teatral itinerante a Arcoverde, e minha reação foi a mesma. Eu me senti particularmente identificado com as músicas em geral. É como se eu visse ali algo de bom relativo à minha formação cultural e filosófica. Existem elementos religiosos, mas eu prefiro ver pelo lado bom da religiosidade nordestina - e sim, ele existe, e pode operar milagres de verdade caso bem orientado.

1 de março de 2009

Grandes Verdades de Botequim

Segundo o bardo cearense Xico Sá, em sua coluna semanal no Diário de Pernambuco, homens bonitos vencem a vontade feminina por nocaute; homens feios vencem por pontos, ao final de um longo embate de 12 rounds.

26 de fevereiro de 2009

Impressões Ao Ouvir - Þeyr

Eu acho que não falei aqui sobre as minhas impressões ao ouvir algumas músicas soltas do Þeyr, a banda islandesa de nome esquisito e interesse em ocultismo, seminal no surgimento de uma carrada de bandas e artistas que em algum momento seguiram essa linha (vide Björk, GusGus e Emiliana Torrini). Acho que já ouvi o suficiente para emitir uma opinião.

Esperava bem mais. Para uma banda que se deu ao trabalho de construir uma máquina eletrônica baseada em uma teoria sonora obscura de um estudioso de música obscuro, o som é pós-punk como qualquer outro, eu diria. Das influências listadas no artigo da Wikipedia sobre eles, eu consegui identificar as do Joy Division, Yes, Genesis, e talvez alguma coisa de Siouxsie and the Banshees e de Nina Hagen. As outras bandas não conheço. Ainda acrescentaria alguma coisa de David Bowie.

Não significa que o material seja ruim. Até pela raridade, é algo que vale a pena ter no HD. A melhor faixa, na minha opinião, é Tedrukkinn, seguida de perto por Ópið. Ah, claro, a sugestão que eu dou ao ir procurar estas músicas é copiar os nomes que eu coloquei aqui, já que tentar digitar alfabeto islandês é pau, ou no mínimo o cúmulo da pose.

24 de fevereiro de 2009

21 de fevereiro de 2009

Objeção De Consciência

Duas coisas acontecem com as forças armadas brasileiras atualmente, no que diz respeito ao serviço militar obrigatório: a primeira é que a grande maioria é dispensada por excesso de contingente, o que leva ao fato de que, na prática, fica quem quer. A segunda é que atualmente o Brasil não se encontra envolvido em nenhum conflito exterior que não seja sob a tutela das Nações Unidas (questione-se o envolvimento brasileiro como representante do imperialismo internacional, mas em outra ocasião), e o passado de regime militar aos poucos vai sendo superado. As ações cívicas dos nossos milicos vão fazendo mais bem que mal.

Isto dito, é engraçado saber que, em certos países, jovens vão para a cadeia por simplesmente discordarem da política de defesa do país e, por tabela, recusarem-se a prestar o serviço militar obrigatório. É o que acontece em Israel com muita gente, alguns ainda no colégio, no equivalente ao nosso ensino médio. Por isso, muitas dessas pessoas são chamadas de Shministim, algo como colegiais ou normalistas, numa tradução livre para o nosso conceito.

Como qualquer grupo passível de repressão, eles organizaram-se política e socialmente em uma associação que opõe-se ao serviço militar obrigatório. Não em geral, mas mais especificamente nos chamados Territórios Árabes Ocupados, que vem a ser a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Eles também não gostam nada da política de ocupação militar continuada sobre um território soberano. E, para colocar sua agenda em prática, pedem apoio de outras pessoas para exercer pressão junto ao governo israelense. 40 mil correspondências já foram enviadas, e quem quiser colaborar pode entrar neste site aqui.

Eu resolvi colaborar. Entrei no site e olhei para a cara de cada um deles, rapazes e moças (sim, em Israel a conscrição vale tanto pra homens quanto para mulheres) entre 18 e 20 anos de idades. Pensei no quanto eu não gostaria caso estivesse na mesma sinuca de bico que eles estão. Independente de qualquer ideologia, trata-se de um governo impor a você algo que é pesado (afinal de contas, é o teu pescoço que está em risco e não se faz isso por um bom motivo) e que não se quer fazer. Quem quiser colaborar, que o faça. Só não atrapalhe, enviando por exemplo mensagens de apoio ao Ministério da Defesa de lá em colocar na cadeia esses "baderneiros".

No site, temos notícias de que dois membros do grupo, Raz Bar-David Varon e Maya Yechieli Wind estão atualmente vendo o sol nascer quadrado em alguma prisão militar. Ao mesmo tempo, dois membros do grupo podem considerar-se vitoriosos e conquistaram a tão sonhada liberação do serviço militar obrigatório. São eles Tamar Katz e Yuval Ophir-Auron.

17 de fevereiro de 2009

Ranzinza

Estou prestes a superar a barreira dos 24 anos. Me sinto velho, ranzinza, e com poucos motivos para continuar aguentando gente de quem eu não gosto (com uma forçosa exceção de meus futuros chefes e, com muita boa vontade, meus futuros colegas de trabalho). Por isso fiz uma lista daquilo que eu gosto e daquilo que eu não gosto em uma pessoa, com atenção especial para futuras companheiras.

Em ordem de importância:

Valores positivos:
- Ler;
- Trabalhar;
- Gostar de animais;
- Ser amante da natureza;
- Metaaaaaaaaal!
- Indie rock e variações;
- Good ol' Rock'n'Roll;
- Esquerda/progressismo político-econômico-social;
- Geek;
- Vida tranquila;
- Esportes;
- Esforço por vida saudável;
- Wit;
- Música clássica;
- Religiosidade como opção íntima.

Valores negativos:
- Posturas fascistas/conservadoras;
- Cigarro;
- Preguiça;
- Falta de ânimo para melhoria cultural/intelectual;
- Português errado;
- Religiosidade tapa-na-cara;
- Funk proibidão carioca;
- Pagode;
- Sertanejo;
- Party like there's no tomorrow!
- Efusividade;
- Agressividade contra animais e natureza;
- Blasée excessivo;
- Falta de sentimento de compromisso;
- Bebida excessiva;
- Pollyannismo.

5 de fevereiro de 2009

(In)Ativo!

Quando este blogueiro está sobre pressão, quem sofre é o blog.

Estamos com postagens intermitentes (leia-se devezemquandais) por pelo menos 2 meses.

1 de fevereiro de 2009

Grande Demais

As coisas no caso Cesare Battisti estão ficando grandes demais, e por causa do governo italiano. Afinal de contas, eu não consigo ver como tanto escarcéu pode ser feito por causa de um peixe pequeno do antigo PAC que, considerando que o processo italiano está correto, matou 4 pessoas. É como se os EUA fizessem uma guerra para prender um praça de um país qualquer que teve a infelicidade de dar uns tecos na pessoa errada.

Essa minha impressão é corroborada pela notícia de que os italianos estão mexendo os pauzinhos em Bruxelas, em busca de apoio político da União Européia para fazer pressão. Acho que, a princípio, é uma tremenda bola fora das Relações Exteriores do país, pois trata-se de algo que diz respeito única e exclusivamente ao governo italiano. Ninguém na Europa tem nada a ver com isso.

Não demora, não demora, e daqui a pouco teremos um novo "incidente Panther", semelhante ao ocorrido no início do século XX quando um navio de guerra alemão - o Panther - coloca seu destacamento de marinheiros nas ruas da cidade portuária de Itajaí, Santa Catarina, para prender um conscrito que havia desertado do serviço na referida nave. Forças armadas de um país não podem entrar em outro sem a autorização do respectivo governo (em tempos de paz, claro), e a competência para a captura de desertores é do país no qual o referido refugiou-se.

A decisão do Barão do Rio Branco e de Joaquim Nabuco, na época os principais nomes da diplomacia brasileira, foi exemplar, embora tenham cometido o mesmo erro da Itália - qual seja, o de convocar uma terceira força para servir de instrumento de pressão, qual seja, os EUA. A soberania do Brasil havia sido posta à prova, e a comunicação do Rio Branco disse muito sobre até onde o governo no Rio de Janeiro pretendia ir para fazer valer seus direitos: chegaram a levantar a possibilidade de por a Panther a pique, e depois veriam o que havia de se fazer.

29 de janeiro de 2009

Como Assassinar A Lógica

Quando se faz de tudo para defender uma tese que não necessariamente correta, um orador frequentemente lança mão de um recurso lógico não muito honesto conhecido como falácia. Basicamente, uma falácia é a distorção de um fato concreto de modo a adequar-se aos nossos interesses. Era muito utilizada por um grupo de oradores da Grécia antiga conhecidos como sofistas (que mais tarde viriam a tomar um cacete de discurso da parte daquele velho gordinho e de olho azul), e hoje em dia qualquer um que utilize-se desse discurso é chamado de sofista.

O título de sofista da semana aparentemente vai para Alexandre Garcia, repórter da Globo que cometeu uma pérola do assassinato à lógica ao propor duas situações absurdas quanto ao caso do italiano Cesare Battisti, a quem foi concedido asilo político em oposição à decisão da justiça italiana de condená-lo à prisão perpétua por assassinatos ocorridos nos "anos de chumbo", durante a década de 70. A situação ocorreu ontem, durante o Jornal Nacional.

Garcia começa enunciando a primeira hipotética situação, onde considera que os brasileiros não gostariam nada caso Fernandinho Beira-Mar recebesse asilo político na Itália. Depois, outra situação hipotética na qual Osama bin Laden receberia asilo político no Brasil por considerar-se seus crimes como tendo caráter político.

Na primeira situação, o repórter global comete uma falácia de associação, na qual uma associação apressada entre duas situações é feita com o intuito de provar-se um ponto de vista. Neste caso, os crimes de Beira-Mar não possuem nenhuma associação com os de Battisti: o primeiro responde principalmente por tráfico de entorpecentes, armas e homicídios ocorridos em associação com práticas criminosas largamente reconhecidas como tal. Já Battisti cometeu 4 homicídios dentro de um contexto de luta política, onde a tipificação do crime pode sofrer um viés político, ainda mais se considerarmos as leis de exceção vigentes na época.

Na segunda, Garcia comete uma falácia conhecida como tese irrelevante. Nesta falácia, apesar de a consideração levada em conta por Garcia ser válida (abrigar Osama bin Laden por crimes políticos é, de fato, uma atitude questionável), é no entanto irrelevante para a situação em questão: a situação de Battisti é totalmente distinta da situação de bin Laden, principalmente se levarmos em conta a motivação dos crimes.

Em tempo: eu ainda fui à final em Lógica durante a faculdade.

22 de janeiro de 2009

Espalhando A Boa Nova

Àqueles que, como eu, não falam italiano melhor que um ator da Globo em novela tosca, mas ainda assim se agradam do negócio: Bonny-Ed está de volta depois da pausa de final de ano!

19 de janeiro de 2009

Aí É Foda

Poutz, você deve estar se perguntando, mas esse cara não fala de outra coisa que não seja o conflito árabe-israelense? Mas se a questão está ali, na cara da gente, pedindo para ser comentada, meu caro leitor solitário, como é que eu vou ignorar?

Pelo menos eu tento colocar os fatos recolhidos de diversas fontes. Boa parte da blogoseira respeitável deste país também, basta dar uma olhada no blog do Idelber, que tá dando show. Ao contrário de gente que não confia no próprio taco e utiliza-se de metodologia "Kibeloco" para virar a mídia a seu favor. Da Folha Online:

Software israelense manobra opiniões na internet

Nem só de caças F-16 e mísseis teleguiados são feitos os ataques israelenses em Gaza. Uma arma em específico se destacou pela eficiência apresentada desde a escalada do conflito --e continuará sendo usada, mesmo após o cessar-fogo. Ela age nos bastidores da internet, modificando resultados de enquetes on-line, entupindo caixas de e-mails de autoridades e ajudando a protestar contra notícias desfavoráveis à comunidade israelense.

Como diria o matuto, "aí é foda".

15 de janeiro de 2009

Boa Demais Para Esperar

Ouvindo Dead Kennedys hoje à noite. Não teve como não achar isso aqui a cara de Ehud Olmert e Tzipora Livni.

"Kill The Poor"
Dead Kennedys

Efficiency and progress is ours once more
Now that we have the Neutron bomb
It's nice and quick and clean and gets things done
Away with excess enemy
But no less value to property
No sense in war but perfect sense at home:

The sun beams down on a brand new day
No more welfare tax to pay
Unsightly slums gone up in flashing light
Jobless millions whisked away
At last we have more room to play
All systems go to kill the poor tonight

Gonna
3x Kill kill kill kill Kill the poor tonight!

Behold the sparkle of champagne
The crime rate's gone
Feel free again
O' life's a dream with you, Miss Lily White
Jane Fonda on the screen today
Convinced the liberals it's okay
So let's get dressed and dance away the night

While they:
6x Kill kill kill kill Kill the poor tonight!

Corre, Que O Melaço Vem Aí!

A historiografia está repleta de eventos bizarros e não usuais, como por exemplo o "Grande Fedor de Londres" no século XIX e a Guerra do Futebol em meados do século XX, entre Honduras e El Salvador. Mas acho que dessa vez achei algo que superou o meu conceito de bizarrice.

O Desastre de Melaço de Boston, ocorrido em 1919, matou 21 pessoas e feriu outras 150 quando um enorme tanque daquilo que aqui em Pernambuco nos convencionamos a chamar de "mel de engenho" estourou e alagou pela cintura diversos quarteirões próximos ao porto da cidade.

O mel de engenho estava lá para ser posteriormente destilado com o objetivo de produzir rum e álcool etílico para posterior adição a bebidas alcoólicas. Ao que parece, o tanque foi preenchido em excesso e fermentou, produzindo dióxido de carbono que estourou a estrutura do tanque, que não era das melhores.

Um jornalista da época faz uma descrição horrenda da situação, embora eu não tenha deixado de achar um tanto inusitada: segundo ele, os cavalos das ruas morreram presos à substância pegajosa, e ressaltou que quanto mais se mexiam, mais "ficavam presos como moscas em papel pega-moscas". As pessoas, idem.

Há quem diga que, até hoje, em dias muito quentes, o local fica cheirando ao cheiro doce do melaço...

13 de janeiro de 2009

Drops Da Mudança, USA E Mundo

Não deixa de ser irônico: a pianista que vai tocar na posse de Obama é uma venezuelana. Antes que digam que ela é uma refugiada da ditadura chavista, aviso logo: ela mora lá na Gringolândia desde 1980.

* * *

Não fosse suficiente a Chevrolet, caindo pelas taperas, lançar uma última cartada de um veículo tipo combustão/elétrico (ou seja, onde se pode rodar algumas dezenas de quilômetros só na bateria e o resto da viagem com um gerador flex) pra tentar se salvar, a Cadillac usa a plataforma da empresa mãe e lança um veículo de luxo ecologicamente "correto".

Parece que não vai adiantar muito: a GM já anunciou que vai se desfazer da SAAB por qualquer mil-réis. A Ford também quer se livrar da também sueca Volvo. Tivesse grana eu compraria as duas, embora ficasse um tanto bizarro juntar duas marcas rivais. Mas faria isso só pelo prazer de colocar a SAAB de volta nos ralis e a Volvo de volta nos GT's.

* * *

Parece que o único canto em que a mudança vai chegar vai ser Israel, e isso por conta do presidente da mudança. Não é fácil brigar com um lobby pró-sionista, mesmo com boa vontade. Pior para os israelenses.

10 de janeiro de 2009

Há Quem Explique?

Amanhã o Santa Cruz estréia no campeonato pernambucano contra o Sete de Setembro, na cidade de Garanhuns. Estamos vindo de uma humilhante derrota por 1 x 0 contra a seleção municipal de Ipojuca. Segundo o técnico Márcio Bittencourt, o vexaminoso placar deve ser atribuído à má forma física dos jogadores, que iniciaram o treinamento depois das férias no sábado passado.

Ainda assim, eu continuo confiante pra estréia do Santinha.

Alguém consegue entender o porquê? Poxa, o tricolor é hoje um time que só vive do passado, e de um passado distante. Nosso último título pernambucano é de 2005. Nossa melhor colocação num Brasileirão foi um quarto lugar na década de 70. Cantamos vitórias dessa época e do tri-supercampeonato de 1983! Ainda assim, o Santa Cruz tem uma das maiores torcidas do estado, senão a maior.

Avante, então. Tem coisas que só a paixão explica.

8 de janeiro de 2009

Um Pouco De Felicidade

Este blogueiro foi aprovado em 1º lugar em um concurso público federal e, muito provavelmente, ainda neste 1º semestre deverá mudar-se para uma capital do sul do país.

6 de janeiro de 2009

Não Dá

Eu até queria fugir do tema "Conflito no Oriente Médio" hoje. Mas não dá. Não depois das notícias de hoje.

É mais fácil ser um pacifista completo, do tipo que abraça árvore, quando a gente imagina uma guerra onde, por mais assimétrica que seja, somente marmanjos com cara de mau lutam. Não importa se um dos caras tem kevlar cobrindo cada centímetro de pele e o outro tem mal e mal um fuzil com as balas contadas no carregador.

Os israelenses deram hoje uma mostra do quão baixo desceram da Segunda Guerra até agora, do quanto se "esforçaram" para perder a razão que tinham ao sobreviverem ao Holocausto. Eu já havia percebido isso com a frieza de analista político em outros confrontos, ou seja, distante, hermeticamente preso a uma definição de livros.

Não mais.

Durante a ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, hoje, tanques de guerra e aeronaves israelenses destruíram duas escolas das Nações Unidas, com dísticos bem visíveis, e onde civis se abrigavam. Imagino a cena desesperadora dos tanques, enormes e impessoais, virando suas torretas na direção dos prédios e apontando seus telêmetros laser para o interior da estrutura. Os projéteis de 120 mm atingindo as paredes. Finalizando, um míssil mergulhando do céu numa trilha de fumaça, reduzindo tudo a escombros.

Que se dane se o Hamas está usando civis como escudos humanos. Que se dane se eles dispararam foguetes, que se dane quem atirou a primeira pedra. Tudo isso está acontecendo por que Israel não conhece mais limites às suas ações. Faz o que faz porque sabe que ninguém vai repreender, como uma criança mimada. Fazendo uma analogia com o taoísmo, há um claro desequilíbrio de Yin e Yang aqui nesta situação.

Eu tenho o direito de ficar indignado quando a polícia brasileira atira primeiro e pergunta depois, para descobrir que matou uma pessoa inocente. Sobra um pedido de desculpa esfarrapado para as vítimas. Porque eu não posso ficar indignado quando um exército inteiro mata centenas de inocentes com a desculpa de manter a lei e a ordem num território que nem é o deles.

Israel não está ameaçado, em última análise, pelos árabes em si. Está ameaçado pela sua própria destruição moral, pelos recorrentes recursos à força, pela fascistização de sua sociedade que não conhece argumento melhor que uma Uzi de carregador cheio.

3 de janeiro de 2009

Ensaios De História Alternativa

- Se os republicanos tivessem ganho a Guerra Civil Espanhola, seria muito provavelmente porque eles teriam contado com um apoio ao menos diplomático da Inglaterra, da França e dos EUA, além do soviético. A força que os liberais teriam no governo tornaria o país menos de esquerda do que normalmente se supõe, o que os levaria a uma social-democracia neutra estilo Suécia. Ah, e desta forma, talvez permanecessem neutros na Segunda Guerra Mundial. A derrota dos fascistas diminuiria o peso político de Alemanha e Itália, que para levar a cabo suas demandas territoriais recorreriam à força de uma forma muito mais enfática. E perderiam a guerra do mesmo jeito;

- Se durante a confusão na qual o Estado de Israel foi criado, em 1948, os vizinhos árabes tivessem devolvido os territórios da faixa de Gaza e a Cisjordânia para os palestinos, hoje teríamos um estado que seria menos joguete de Israel do que é hoje. E se Israel tivesse tomado uma lição mais decisiva em 1967 ou 73, talvez tivesse menos ganas de resolver tudo pela força hoje em dia (ou então simplesmente teríamos uma capital árabe destruída por uma bomba atômica, não sei...);

- Se Vargas não tivesse dado o golpe do Estado Novo em 1937, muito provavelmente o vitorioso nas eleições de 1942 ou 1946 seria fruto de uma coligação entre PTB, PSD e, talvez, o PCB. Mas o Brasil entraria na guerra de toda forma, e até com mais ganas de participar do que se estivesse com o gaúcho no poder. Seríamos uma democracia mais ou menos no estilo ocidental, com mais motivos para não gostar dos fascistas. Plínio Salgado tentaria um putsch com resultados piores que os que foram obtidos naquele que ele tentou contra Vargas. Olga Benário e Prestes provavelmente organizariam um regimento brasileiro pra lutar na Espanha.

Mas são só ensaios. Que outros exemplos os leitores poderiam dar de soluções alternativas para eventos da História?

1 de janeiro de 2009

Tocando O Terror, Nova Temporada

(em primeiro lugar, feliz 2009 a todos)

Como se sabe, desde o final de dezembro o governo israelense vem realizando ataques contra a população e o governo palestinos na Faixa de Gaza, com a razão de retaliar ataques efetuados pelo partido Hamas, que virtualmente controla toda a população naquela tripa de terra espremida entre dois países politicamente poderosos (o outro é o Egito) e o Mediterrâneo.

Até aí, tudo bem. Todo país tem direito à defesa de sua integridade territorial e à integridade de seus cidadãos. Mas uma análise minunciosa dos fatos e dos números muito provavelmente retira de Israel o privilégio de ser o Estado defensor dessa história:

1) Os primeiros ataques por parte do Hamas foram feitos com a alegação de que a parte israelense desrespeitou um acordo de cessar-fogo que encerrou-se no último dia 19. O acordo rezava que as partes se abstinham de realizar ataques de caráter militar e liberar o acesso à Faixa de Gaza, por terra, mar e ar, de alimentos, material de construção e remédios. A julgar pela situação humanitária na Gaza pré-ataque, parece que o Hamas estava certo nessa;

2) O Hamas iniciou os ataques contra Israel usando sua arma tradicional: os foguetes Qassam. Tratam-se de projéteis de artilharia rudimentares e sem nenhuma capacidade de se guiarem até os alvos, a não ser pelo cálculo matemático da trajetória na ocasião do lançamento. Seu alcance máximo é de 10 km. No entanto, Israel tem à sua disposição uma força aérea com cerca de 350 aviões de combate modernos, uma marinha com 6 corvetas armadas com mísseis e canhões, além de dezenas de barcos patrulha, fora os avançados sistemas de artilharia, por obuses e foguetes. Aparentemente eles estão usando tudo nesta ação militar;

3) A disparidade entre as forças em combate se traduz no saldo de mortos: 410 no lado palestino, 4 do lado israelense. Sem contar os feridos. Além disso, na região de Gaza estão faltando, mais do que antes, medicamentos, alimentos, e, pasmem, câmaras frigoríficas para acondicionar os mortos antes dos funerais.

Há quem diga, depois de toda essa argumentação, que não existe nada de errado na ação israelense.