26 de fevereiro de 2009

Impressões Ao Ouvir - Þeyr

Eu acho que não falei aqui sobre as minhas impressões ao ouvir algumas músicas soltas do Þeyr, a banda islandesa de nome esquisito e interesse em ocultismo, seminal no surgimento de uma carrada de bandas e artistas que em algum momento seguiram essa linha (vide Björk, GusGus e Emiliana Torrini). Acho que já ouvi o suficiente para emitir uma opinião.

Esperava bem mais. Para uma banda que se deu ao trabalho de construir uma máquina eletrônica baseada em uma teoria sonora obscura de um estudioso de música obscuro, o som é pós-punk como qualquer outro, eu diria. Das influências listadas no artigo da Wikipedia sobre eles, eu consegui identificar as do Joy Division, Yes, Genesis, e talvez alguma coisa de Siouxsie and the Banshees e de Nina Hagen. As outras bandas não conheço. Ainda acrescentaria alguma coisa de David Bowie.

Não significa que o material seja ruim. Até pela raridade, é algo que vale a pena ter no HD. A melhor faixa, na minha opinião, é Tedrukkinn, seguida de perto por Ópið. Ah, claro, a sugestão que eu dou ao ir procurar estas músicas é copiar os nomes que eu coloquei aqui, já que tentar digitar alfabeto islandês é pau, ou no mínimo o cúmulo da pose.

24 de fevereiro de 2009

21 de fevereiro de 2009

Objeção De Consciência

Duas coisas acontecem com as forças armadas brasileiras atualmente, no que diz respeito ao serviço militar obrigatório: a primeira é que a grande maioria é dispensada por excesso de contingente, o que leva ao fato de que, na prática, fica quem quer. A segunda é que atualmente o Brasil não se encontra envolvido em nenhum conflito exterior que não seja sob a tutela das Nações Unidas (questione-se o envolvimento brasileiro como representante do imperialismo internacional, mas em outra ocasião), e o passado de regime militar aos poucos vai sendo superado. As ações cívicas dos nossos milicos vão fazendo mais bem que mal.

Isto dito, é engraçado saber que, em certos países, jovens vão para a cadeia por simplesmente discordarem da política de defesa do país e, por tabela, recusarem-se a prestar o serviço militar obrigatório. É o que acontece em Israel com muita gente, alguns ainda no colégio, no equivalente ao nosso ensino médio. Por isso, muitas dessas pessoas são chamadas de Shministim, algo como colegiais ou normalistas, numa tradução livre para o nosso conceito.

Como qualquer grupo passível de repressão, eles organizaram-se política e socialmente em uma associação que opõe-se ao serviço militar obrigatório. Não em geral, mas mais especificamente nos chamados Territórios Árabes Ocupados, que vem a ser a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Eles também não gostam nada da política de ocupação militar continuada sobre um território soberano. E, para colocar sua agenda em prática, pedem apoio de outras pessoas para exercer pressão junto ao governo israelense. 40 mil correspondências já foram enviadas, e quem quiser colaborar pode entrar neste site aqui.

Eu resolvi colaborar. Entrei no site e olhei para a cara de cada um deles, rapazes e moças (sim, em Israel a conscrição vale tanto pra homens quanto para mulheres) entre 18 e 20 anos de idades. Pensei no quanto eu não gostaria caso estivesse na mesma sinuca de bico que eles estão. Independente de qualquer ideologia, trata-se de um governo impor a você algo que é pesado (afinal de contas, é o teu pescoço que está em risco e não se faz isso por um bom motivo) e que não se quer fazer. Quem quiser colaborar, que o faça. Só não atrapalhe, enviando por exemplo mensagens de apoio ao Ministério da Defesa de lá em colocar na cadeia esses "baderneiros".

No site, temos notícias de que dois membros do grupo, Raz Bar-David Varon e Maya Yechieli Wind estão atualmente vendo o sol nascer quadrado em alguma prisão militar. Ao mesmo tempo, dois membros do grupo podem considerar-se vitoriosos e conquistaram a tão sonhada liberação do serviço militar obrigatório. São eles Tamar Katz e Yuval Ophir-Auron.

17 de fevereiro de 2009

Ranzinza

Estou prestes a superar a barreira dos 24 anos. Me sinto velho, ranzinza, e com poucos motivos para continuar aguentando gente de quem eu não gosto (com uma forçosa exceção de meus futuros chefes e, com muita boa vontade, meus futuros colegas de trabalho). Por isso fiz uma lista daquilo que eu gosto e daquilo que eu não gosto em uma pessoa, com atenção especial para futuras companheiras.

Em ordem de importância:

Valores positivos:
- Ler;
- Trabalhar;
- Gostar de animais;
- Ser amante da natureza;
- Metaaaaaaaaal!
- Indie rock e variações;
- Good ol' Rock'n'Roll;
- Esquerda/progressismo político-econômico-social;
- Geek;
- Vida tranquila;
- Esportes;
- Esforço por vida saudável;
- Wit;
- Música clássica;
- Religiosidade como opção íntima.

Valores negativos:
- Posturas fascistas/conservadoras;
- Cigarro;
- Preguiça;
- Falta de ânimo para melhoria cultural/intelectual;
- Português errado;
- Religiosidade tapa-na-cara;
- Funk proibidão carioca;
- Pagode;
- Sertanejo;
- Party like there's no tomorrow!
- Efusividade;
- Agressividade contra animais e natureza;
- Blasée excessivo;
- Falta de sentimento de compromisso;
- Bebida excessiva;
- Pollyannismo.

5 de fevereiro de 2009

(In)Ativo!

Quando este blogueiro está sobre pressão, quem sofre é o blog.

Estamos com postagens intermitentes (leia-se devezemquandais) por pelo menos 2 meses.

1 de fevereiro de 2009

Grande Demais

As coisas no caso Cesare Battisti estão ficando grandes demais, e por causa do governo italiano. Afinal de contas, eu não consigo ver como tanto escarcéu pode ser feito por causa de um peixe pequeno do antigo PAC que, considerando que o processo italiano está correto, matou 4 pessoas. É como se os EUA fizessem uma guerra para prender um praça de um país qualquer que teve a infelicidade de dar uns tecos na pessoa errada.

Essa minha impressão é corroborada pela notícia de que os italianos estão mexendo os pauzinhos em Bruxelas, em busca de apoio político da União Européia para fazer pressão. Acho que, a princípio, é uma tremenda bola fora das Relações Exteriores do país, pois trata-se de algo que diz respeito única e exclusivamente ao governo italiano. Ninguém na Europa tem nada a ver com isso.

Não demora, não demora, e daqui a pouco teremos um novo "incidente Panther", semelhante ao ocorrido no início do século XX quando um navio de guerra alemão - o Panther - coloca seu destacamento de marinheiros nas ruas da cidade portuária de Itajaí, Santa Catarina, para prender um conscrito que havia desertado do serviço na referida nave. Forças armadas de um país não podem entrar em outro sem a autorização do respectivo governo (em tempos de paz, claro), e a competência para a captura de desertores é do país no qual o referido refugiou-se.

A decisão do Barão do Rio Branco e de Joaquim Nabuco, na época os principais nomes da diplomacia brasileira, foi exemplar, embora tenham cometido o mesmo erro da Itália - qual seja, o de convocar uma terceira força para servir de instrumento de pressão, qual seja, os EUA. A soberania do Brasil havia sido posta à prova, e a comunicação do Rio Branco disse muito sobre até onde o governo no Rio de Janeiro pretendia ir para fazer valer seus direitos: chegaram a levantar a possibilidade de por a Panther a pique, e depois veriam o que havia de se fazer.