25 de julho de 2009

Nota De Falecimento

Faleceu na noite de hoje o Santa Cruz Futebol Clube, vulgo Santinha ou Coral, em sua residência, o estádio José do Rego Maciel, no bairro do Arruda, em Recife, Pernambuco. O enterro ocorrerá no próximo sábado, no cemitério do estádio Luiz Lacerda, bairro Maurício de Nassau, Caruaru, Pernambuco, com uma missa de sétimo dia prevista para a semana seguinte na antiga residência do defunto.

Muito pranteado por seus amigos e associados, o Santa Cruz Futebol Clube passava por uma longa agonia desde o ano de 2006, quando um câncer começou a acometê-lo. A lenta evolução da doença foi acompanhada por seus admiradores, e não deixou de admirar a garra que o mesmo tinha em persistir lutando contra o processo que lhe consumia o corpo e, principalmente, a mente.

Coube ao Esporte Clube Sergipe aplicar-lhe a eutanásia, processo que não foi nada fácil dada a resistência ao doente. Finalmente, após 90 minutos, foi constatada a definitiva dormição dos órgãos vitais do Santinha. Alguns confrades religiosos do finado manifestaram a intenção de encaminhar ao Vaticano e à Igreja Ortodoxa dados para o processo de canonização por martírio.

Leve.

Tenho a sensação de que hoje irei dormir de bem comigo mesmo.

21 de julho de 2009

Sangue!





















E ainda era mais bonita que Uma Thurman


Esses dias que fiquei fora do blog também assisti um ótimo filme, ainda que tosco (especialmente no que diz respeito aos efeitos especiais): trata-se de "Lady Snowblood" (Shurayukihime), estrelando a outrora muito bonita Meiko Kaji. Trata-se de uma história dramática, e pelo que pude perceber bem comum no cinema histórico japonês. Tem um tom mais novelesco do que clássicos do nível de "Os Sete Samurais", mas as semelhanças com as águas-com-açúcar param por aí: a dose de violência do filme é impensável para os padrões mainstream vistos em Hollywood hoje em dia.

Trata-se da história de uma moça que foi concebida com um único propósito em mente: vingar sua mãe, que teve a vida desgraçada por 4 escroques (a referida foi pra cadeia por matar um deles e, por pegar prisão perpétua, trepava na cadeia com qualquer carcereiro com o objetivo de fazer a vingadora). A mãe morre no parto e a menina fica aos cuidados de suas companheiras de cela, que a levam, com 6 anos de idade, para treinar artes marciais com um monge budista. Aos 20 anos, ela sai em busca de vingança.

A história vai parecer familiar pra muita gente, e com razão: ela serviu de inspiração para "Kill Bill". O que não é de se estranhar, conhecendo a pecha de Tarantino para o brega e o lado obscuro da cultura de massa. De qualquer forma, os elementos principais da história de "Lady Snowblood" ecoam tanto na saga da vingança da noiva quanto no histórico pessoal de O-Ren Ishii. Vale a pena assistir, mas não vá esperando grandes coisas de uma produção que, aparentemente, usou extrato de tomate diluído para fazer o sangue cenográfico. Em abundância.

20 de julho de 2009

Ideias Florescentes

Para fins de concurso (sempre eles, sempre eles!), eu comecei a estudar programação básica. Fiquei negativamente impressionado com a quantidade de tópicos de Ciência e Engenharia da Computação existentes na prova de informática do concurso para técnico da Receita Federal do ano 2000. E isso porque era a prova aberta para qualquer curso, não a específica pra TI.

Mas ao dar a primeira folheada no livro, um velho projeto me veio à mente. Atualmente, os simuladores de governo e geopolítica existentes no mercado de jogos são terríveis no que diz respeito ao principal - simular uma relação no sistema político internacional. Concentram-se mais nos gráficos (que nem sempre são tão bons assim) e nos aspectos bélicos que necessariamente no estabelecimento de alianças, tratados comerciais e aquisições externas para o Estado.

Então, pensei, por que não iniciar um projeto pessoal nesse sentido, sem grandes pretensões? Certo que a base de dados e os eventos desse jogo, bem como o raciocínio da inteligência artificial, nesses casos, não deve ser bolinho de se fazer. Mas eu me sentiria livre pra deixar pra lá uma interface gráfica que consumiria muito trabalho, mas que no final das contas não iria servir pra grandes coisas (a não ser deixar o negócio muito pesado de rodar).

Necessito de uma sugestão, no entanto, embora muita gente vá dizer que eu estou colocando o carro na frente dos bois: que linguagens usar? Fico com medo de me deparar com páginas e mais páginas de código a editar e compilar. Queria algo simples, mas em uma linguagem de alto nível, já que não tenho paciência de ficar digitando longos códigos crípticos em C, COBOL e similares... Sem falar que eu planejo dedicar, no máximo, meia hora de meu dia pra tal fim.

Alguém tem alguma sugestão?

13 de julho de 2009

Let's Fade Together...

Neste tempo que eu passei fora também teve a polêmica decisão do STF de extinguir a necessidade de diploma de jornalista para exercer a função.

Eu me senti meio que um último do moicanos ou um falante de uma língua indígena que somente mais 5 pessoas falassem: é horrível saber que sua profissão está fadada a desaparecer (ao menos da forma como conhecemos), e mais ainda quando se sabe que o processo é inevitável. Rafael Galvão, o baiano, colocou isso na forma de um texto extremamente ácido. O problema é que ele tem, em certa medida, razão.

Mas uma foto que uma colega minha postou no álbum do Orkut foi emblemática, tanto por ser trágica quanto por ser cômica. Mostra uma lata de lixo estilosa, de metal, com 4 carteiras de jornalista dentro dela. A dessa minha colega inclusa.

Estamos em processo de virarmos piada pronta.

11 de julho de 2009

Week Review

Em primeiro lugar, como, como alguém em sã consciência tira dois alas de um time que está empatado em 0 x 0, hã? O próximo erro não deveria ser perdoado.

* * *

Nós já tivemos nossa dose de nonsense para esta semana. Foi impressionante o quanto conseguiram espetacularizar o enterro de Michael Jackson. De início, já foi um absurdo terem vendido ingressos para um enterro: em qualquer lugar do mundo isso seria uma piada. Mas fizeram, nunca se pode deixar de duvidar da capacidade que os americanos têm de transformar algo em dinheiro. Mas o show para o caixão laminado em metal (era ouro?) foi o cúmulo da cafonice. Um musical satírico da Broadway não seria tão patético.

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A GM saiu da recuperação judicial, embora a maior parte das ações continuem, como uma boa empresa comunista, nas mãos dos governos americano, canadense, e do sindicato dos trabalhadores da indústria automotiva dos EUA. Mas a pergunta que não quer calar é: eles vão continuar contribuindo para que a orla do bairro de Boa Viagem, em Recife, passe a ser no bairro da Várzea? (dica: Googleearth it)

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E falando em meio ambiente, este está sendo um dos invernos mais quentes que já vi.

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Teve a história do traseiro da menina que chamou a atenção de Obama e Sarkô. Acho que o negão tirou uma casquinha mesmo. Mas o mandatário francês e narigudo não tem desculpa: quem tem Carla Bruni em casa não deveria sentir vontade de olhar pra mais nada.

5 de julho de 2009

Ainda O Golpe Em Honduras

Estava preparando algo diferente para ser postado, mas hoje o dia é decisivo. Quaisquer semelhanças com o 6 de junho de 1944 não serão mera coincidência.

Eu sugiro a todos que quiserem acompanhar a chegada de Manuel Zelaya a Honduras, que comecem indo ao blog e ao twitter do Idelber Avelar. Ele está fazendo uma cobertura espetacular do que está acontecendo por lá, e confio na qualidade dele no relato dos eventos das próximas horas.

A melhor cobertura internacional do golpe em Honduras está sendo feita por, pasmem, a Telesur. Eu via a rede com certas ressalvas em relação à sua idoneidade, mas o trabalho deles está muito interessante, ainda mais depois que uma equipe de repórteres foi vítima dos gorilas militares de lá. Aliás, a cobertura internacional está razoavelmente boa, com exceção da mídia brasileira e da Fox News, claro.

Esperemos que nada de grave aconteça e que a verdadeira ordem institucional hondurenha retorne.

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Hoje, a partir das 4 da tarde, teremos a estréia do glorioso tricolor do Arruda. Aos torcedores e admiradores do Santa Cruz Futebol Clube, será possível acompanhar o jogo ao vivo, lance a lance, pelo site oficial do clube.
A Rádio Jornal do Commercio, do Recife, também irá transmitir a partida ao vivo.

4 de julho de 2009

Golpe Não Tem Eufemismos

(Ok, retomando as atividades deste blog...)

Aconteceu muita coisa enquanto estive ausente. Tivemos a queda de 2 aviões da Airbus, onde os sistemas fly by wire foram colocados em cheque. Tivemos a morte de Michael Jackson, e de Farrah Fawcett também. Mas talvez o que mais balançou o mundo nesta época, na minha opinião, tenha sido o golpe de Estado em Honduras, no final de junho.

E digo por que. Há 7 anos a América Latina não tem um golpe de Estado militarista nos moldes clássicos, e há bem mais tempo que isso não temos um bem sucedido. As alegações dos militares, e da elite por trás deles, nunca muda: fizemos isso porque o presidente iria subverter a democracia, iria se perpetuar no poder, iria instaurar uma ditadura esquerdista, iria, iria, iria.

Nada de fatos concretos. Essa conversa está batida pois começou em 1964, aqui em terras brasileiras. No final das contas, a desculpa é a mesma: subverte-se a democracia para evitar que ela seja subvertida. É um paradoxo que acaba sendo reduzido a um argumento à força, ou seja, o militar e as elites fazem isso porque querem e porque são mais fortes que aquele sujeito que está lá no palácio presidencial.

Um golpe é um golpe. Ponto. Não interessa se o sujeito que estava no poder era um ditador em potencial, até porque era só isso, um potencial. Não havia nada que o incriminasse fora das mentes doentias que perpetraram esse absurdo que deveria ser erradicado da face da Terra. E os governos e organizações de todo o mundo fazem muito bem em condená-lo e isolá-lo.

O pior de tudo é ver gente, nas caixas de comentários dos grandes sites noticiosos do país defendendo coisa igual no Brasil. Verdade seja dita, até hoje não se inventou escudo melhor do que um teclado de computador: evita que você diga algo sem que alguém possa identificá-lo e dar uma resposta à altura, ou mesmo uma represália física às promessas de agressão que o referido troll faz. Uma lástima.