14 de novembro de 2009

O Eterno Retorno

Já ouvi dizerem uma vez que nós, seres humanos, só nos apaixonamos verdadeiramente uma vez na vida. Todas as outras são na verdade a busca daquela bendita paixão maior que em algum momento nós tivemos.

Depois do que eu vi hoje, eu tendo a acreditar que isso é verdade, sim.

9 de novembro de 2009

Saia Justa

A Uniban deu pra trás. Readmitiu a estudante que foi execrada em público nas suas dependências.

Dane-se se a menina estava usando um vestido mais curto. Verdade seja dita, a faculdade nunca impôs código de vestimenta com o qual alguém concordasse, no ato de matrícula. Então na ocasião o que valia era a boa e velha máxima do Direito Civil: se algo não é proibido por lei, é permitido. Não há o que chorar. Há é que identificar-se os alunos que iniciaram a pasmaceira e passá-los por um processo administrativo interno sério, sem prejuízo da ação civil ou penal.

Ampliando um pouco a discussão, aparentemente este incidente é um reflexo de uma perceptível tendência da sociedade brasileira ao conservadorismo moral. A princípio, o conservadorismo está presente em todas as sociedades em maior e menor grau, e foi-se o tempo no Brasil em que tal situação pudesse provocar problemas maiores. O problema é que ele é solo fértil pra "otras cositas más".

Por garantia, olhe desconfiado para todo grupo que usar camisas verdes (tirando os times de futebol, claro). Nunca se sabe quando um sigma pode brotar ali.

6 de novembro de 2009

"Soi-Disant" Cabeção

Divulgaram fotos da capa da Playboy de Fernanda Young, soi-disant musa sexy cabeção deste país. (Procurem no Google, eu estou com preguiça e medo de carregar uma aqui)

4 coisas:

1) Fernanda Young não é sexy;

2) Fernanda Young não é cabeção, exceto dentro da cabeça dela;

3) Ellen Page em "Juno" é mil vezes mais sexy-cabeção que ela, ao menos na minha humilde opinião. E tirem suas próprias conclusões;

4) Pobre Dita Von Teese.

3 de novembro de 2009

Impressões Ao Assistir: "Confissões De Uma Garota De Programa"






















Confesso que o fator maior que me fez assistir o filme foi o cartaz. É simplesmente lindo, bem como a fotografia dos frames dentro da película em si. A tagline é hilária (See it with someone you ****), mas verdade seja dita, tem pouco a ver com a linha geral dele. Pra variar, cagaram na tradução do título para o português.

A crítica americana meteu o pau no filme, mas pelo que eu pude ver eles subestimaram um bom trabalho. Vejam bem, eu disse um bom trabalho. Não é nada impressionante, nada que vá mudar a sua vida. Eu diria que o que o diretor (Steve Soderbergh) fez foi fazer uma crônica de um determinado momento histórico, sem maiores pretensões. No que se propôs, foi um bom feijão-com-arroz.

O filme teria tudo para transformar-se em um motivo para colocar pornografia na tela: a história, a personagem, e até mesmo a atriz - Sasha Grey é atriz pornô, e muito bem conceituada no ramo. Mas as cenas de sexo são extremamente sutis, para não dizer casuais. A nudez da moça no início do filme é transformada em algo banal, porém não vulgar. Digamos que ela está muito bem à vontade desta forma, de maneira positiva.

(Mais um comentário entre parênteses: se não tivesse visto filmes da atividade principal de Grey, diria que ela era no máximo modelo fotográfica, já que foge do estereótipo de peitões do cinema pornô americano; é uma típica girl next door).

Insisto que o filme é uma crônica de um momento histórico vista pelos olhos de uma cidadã comum porque, no final das contas, as duas narrativas - a profissão de Chelsey, a personagem principal, e o pano de fundo histórico - se misturam, mas ao mesmo tempo correm de forma perfeitamente discernível. Em todos os momentos a crise econômica americana e sua influência na eleição presidencial de lá da Gringolândia, agora em 2008, está presente na tela. Ao mesmo tempo, o trabalho de Chelsey como uma consorte de luxo (que promete aos clientes uma girlfriend experience, daí o título do filme em inglês) também está em cada minuto.

Um dos principais motivos pelos quais o filme levou resenhas meia-boca foi justificado com a falta de envolvimento emocional com os personagens. Pessoalmente, achei dispensável tal necessidade. Acredito eu que a intenção de Soderbergh foi, mais uma vez, realizar uma crônica de seu tempo sob o ponto de vista de uma pessoa comum - e sim, Chelsey é uma pessoa comum, muito embora ela não atue em uma profissão exatamente muito ortodoxa. Para que se entenda o ponto de vista dela, não é necessário que você já tenha saído por aí trocando serviços sexuais (e principalmente sentimentais, no caso dela) por dinheiro.

No entanto, o filme em determinados momentos chega a ser monótono. Nesse ponto, acho que Soderbergh errou, ao esticar muito uma ideia que, acredito eu, ficaria muito melhor em um curta de 15 minutos. Em determinados momentos a narrativa se repete até a exaustão. Alguém poderia ter dito que nós poderíamos muito bem ter entendido o argumento dele logo na primeira ou segunda vez. Como toda crônica, fica muito bem em 1/3 da página do jornal. Mais que isso, vira masturbação intelectual.