3 de novembro de 2009

Impressões Ao Assistir: "Confissões De Uma Garota De Programa"






















Confesso que o fator maior que me fez assistir o filme foi o cartaz. É simplesmente lindo, bem como a fotografia dos frames dentro da película em si. A tagline é hilária (See it with someone you ****), mas verdade seja dita, tem pouco a ver com a linha geral dele. Pra variar, cagaram na tradução do título para o português.

A crítica americana meteu o pau no filme, mas pelo que eu pude ver eles subestimaram um bom trabalho. Vejam bem, eu disse um bom trabalho. Não é nada impressionante, nada que vá mudar a sua vida. Eu diria que o que o diretor (Steve Soderbergh) fez foi fazer uma crônica de um determinado momento histórico, sem maiores pretensões. No que se propôs, foi um bom feijão-com-arroz.

O filme teria tudo para transformar-se em um motivo para colocar pornografia na tela: a história, a personagem, e até mesmo a atriz - Sasha Grey é atriz pornô, e muito bem conceituada no ramo. Mas as cenas de sexo são extremamente sutis, para não dizer casuais. A nudez da moça no início do filme é transformada em algo banal, porém não vulgar. Digamos que ela está muito bem à vontade desta forma, de maneira positiva.

(Mais um comentário entre parênteses: se não tivesse visto filmes da atividade principal de Grey, diria que ela era no máximo modelo fotográfica, já que foge do estereótipo de peitões do cinema pornô americano; é uma típica girl next door).

Insisto que o filme é uma crônica de um momento histórico vista pelos olhos de uma cidadã comum porque, no final das contas, as duas narrativas - a profissão de Chelsey, a personagem principal, e o pano de fundo histórico - se misturam, mas ao mesmo tempo correm de forma perfeitamente discernível. Em todos os momentos a crise econômica americana e sua influência na eleição presidencial de lá da Gringolândia, agora em 2008, está presente na tela. Ao mesmo tempo, o trabalho de Chelsey como uma consorte de luxo (que promete aos clientes uma girlfriend experience, daí o título do filme em inglês) também está em cada minuto.

Um dos principais motivos pelos quais o filme levou resenhas meia-boca foi justificado com a falta de envolvimento emocional com os personagens. Pessoalmente, achei dispensável tal necessidade. Acredito eu que a intenção de Soderbergh foi, mais uma vez, realizar uma crônica de seu tempo sob o ponto de vista de uma pessoa comum - e sim, Chelsey é uma pessoa comum, muito embora ela não atue em uma profissão exatamente muito ortodoxa. Para que se entenda o ponto de vista dela, não é necessário que você já tenha saído por aí trocando serviços sexuais (e principalmente sentimentais, no caso dela) por dinheiro.

No entanto, o filme em determinados momentos chega a ser monótono. Nesse ponto, acho que Soderbergh errou, ao esticar muito uma ideia que, acredito eu, ficaria muito melhor em um curta de 15 minutos. Em determinados momentos a narrativa se repete até a exaustão. Alguém poderia ter dito que nós poderíamos muito bem ter entendido o argumento dele logo na primeira ou segunda vez. Como toda crônica, fica muito bem em 1/3 da página do jornal. Mais que isso, vira masturbação intelectual.

3 comentários:

Ju ♥ disse...

eu iria pelo nome com certeza sim senhor.
bjs

Victor disse...

sentimental, você é um doce. =*

Ju ♥ disse...

merci...
bisous