28 de junho de 2007

Desmistificando

Uma colega minha esses dias (quer dizer, esses dias é eufemismo, já faz mais de meses) exibiu em seu "subnick" de MSN o fruto de umas idéias que nós trocamos em uma tarde, acho. Dizia "Pernambuco tem o maior complexo de inferioridade que a História poderia conceber". Agressivo? Pode até ser. Mas eu não poderia esperar outra coisa dela, do mesmo jeito que eu não poderia esperar John Cleese deixando de dizer "fuck" no enterro de Graham Chapman, ambos ex-Monty Python. Para chocar, é preciso finesse. Tanto ela quanto Cleese a têm de sobra.

Huh... divagações à parte, o que ela jogou na minha (e na cara de todos os amigos dela) tinha um ótimo ponto. A impressão que eu tenho é a de que Pernambuco, e pernambucanos, precisam ficar afirmando o tempo todo pra si mesmos que este pedaço de terra que varia do monte de pé-de-cana - e uma ou outra mata atlântica isolada - da Zona da Mata até os pés-de-macarrão do Sertão brabo, é o maior celeiro multicultural do planeta, superando de longe outras nações que possuem uma mistura étnica similar. Como se não existisse multiculturalismo em, sei lá, no resto da América Latina, na África (até por que considerar a África como uma cultura só é de uma grossura infeliz), e até mesmo em sociedades aparentemente homogêneas, como as européias.

Não negando os méritos locais, que não são poucos. Mas acho, sinceramente, que ficar glorificando o Carnaval local, o São João de Caruaru e Arcoverde, o rio Capibaribe (que anda precisando de uma limpezinha, mais que odes) , além de quase gozar ao ouvir Ariano Suassuna cantando "Madeira do Rosarinho" e Naná Vasconcelos puxando maracatu na rua da Moeda, francamente, é ter visão cerrada do que acontece no mundo.

Contrariando, inclusive, o que um certo sujeito de chapéu de palha, óculos escuros e fazendo um gesto imitando caranguejo dizia: "O símbolo do movimento mangue é uma antena fincada no barro. Ou seja, estamos ligados à nossa realidade, mas sempre atentos ao que acontece no mundo ao nosso redor".

* * *

Importante: o meu objetivo com este post é evitar qualquer acusação de ultrapernambucanismo de minha parte existente por parte de minha auto-classificação e a deste blog, como pertencentes a este Estado da federação. Vamos gostar daqui, mas sem exageros (ou, no popular, p****tagem).

* * *

Nada de fazer gracinhas usando o feminino do nome do blog. Fica feio pra caramba, vá por mim.

2 comentários:

Nelson Moraes disse...

Ho, ho, ho and a bottle of rum.

Victor disse...

opa, continência: captain on the bridge!