7 de abril de 2009

A F-1 Que Não Volta Mais

Quem quer que tenha um pouco de graxa nas juntas e energia nas baterias (eu sou ecologicamente correto), deve ter se ligado no sucesso que a Brawn GP anda fazendo na Fórmula 1. Basicamente, eles estão passando por uma ressurreição depois do furacão da crise econômica e do fim da participação da Honda na categoria. Hoje em dia, com um carro avançado desenvolvido de forma praticamente independente e um motor de vergonha na cara (Mercedes), eles estão superando todas as expectativas, conquistando duas vitórias em 2 GP's.

A Brawn nos faz lembrar de uma época na qual se fazia o "monoposto de autor". Antes da década de 90, raramente se ouvia falar em equipe de fábrica de automóveis, mas sim em fornecedores de motores. Das notáveis exceções que me recordo, estão a Alfa Romeo, Renault, Ferrari e a própria Honda, que correu na década de 60 com bonitinhos carros nas cores de competição do Japão. A mágica mesmo era feita pelos construtores, como Frank Williams, Jack Brabham e Ken Tyrrell. Hoje em dia, vale (ou valia) o dinheiro das megacorporações.

Outra coisa que deixa saudade e que duvido muito que volte são os clássicos circuitos da F-1 de antanho. Eu já me queixei diversas vezes disso e alguns colegas meus já torceram o nariz. Mas eu gostaria de ver algo mais familiar e com mais história do que as abominações que são os GP's do Bahrain e de Abu Dhabi. É inaceitável ver que corridas tradicionais como as da França e do Canadá voaram no pau, na busca desenfreada de grana encabeçada por Max Mosley e Bernie Ecclestone.

Dos antigos circuitos, eu concedo que pelo menos uns 3 não teriam condições de voltar: Anderstorp, na Suécia, está atrasadíssimo; Brands' Hatch, na Inglaterra, é razoavelmente moderno, mas o traçado não comporta mais carros de F-1; finalmente, Jacarépaguá ainda teria um enorme potencial, não fosse a terrível má vontade da CBA e dos governos do Rio (embora Interlagos seja hoje a meca do automobilismo nacional, indiscutivelmente). Mas ver Estoril, Paul Ricard, Montréal, Zandvoort e Bueños Aires de fora é de doer.

Eu concedo que, dada a força econômica de hoje em dia, cada BRIC deveria ter um circuito. Parece que estão fazendo uns bons na Rússia e na Índia. Talvez na China eles devessem tirar a competição de Xangai e colocar no circuito de rua de Macau. Fica a idéia.

Um comentário:

Edson disse...

Mas ocorre outra coisa também: depois de um certo ponto, bons engenheiros e projetistas podem fazer muito mais efeito que o dinheiro. Prova: a Toyota há anos gasta os tubos e não consegue nada. (Essa ano até que tem um carro bom, mas se vermos bem tá todo mundo embolado, os carros andam com menos de um segundo de diferença...)

Montreal de fora é um CRIME, absolutamente imperdoável. Espero que a ganância de Bernie não consiga destruir a Formula 1.

Ah, eu presenciei a corrida dos capôs voadores da Stock Car no TEMPLO de Interlagos. Morda-se de inveja, cocôzinho. :P

Se bem que vc vai morar em Curitiba, onde dá pra ir pra São Paulo num pulo. Em agosto vai rolar uma corrida com carros antigos da Formula 1 em Interlagos, por exemplo... http://www.historicformulaone.com/newsstory360.htm O Flávio Gomes vai poder morrer em paz depois desse dia! :)