1 de janeiro de 2009

Tocando O Terror, Nova Temporada

(em primeiro lugar, feliz 2009 a todos)

Como se sabe, desde o final de dezembro o governo israelense vem realizando ataques contra a população e o governo palestinos na Faixa de Gaza, com a razão de retaliar ataques efetuados pelo partido Hamas, que virtualmente controla toda a população naquela tripa de terra espremida entre dois países politicamente poderosos (o outro é o Egito) e o Mediterrâneo.

Até aí, tudo bem. Todo país tem direito à defesa de sua integridade territorial e à integridade de seus cidadãos. Mas uma análise minunciosa dos fatos e dos números muito provavelmente retira de Israel o privilégio de ser o Estado defensor dessa história:

1) Os primeiros ataques por parte do Hamas foram feitos com a alegação de que a parte israelense desrespeitou um acordo de cessar-fogo que encerrou-se no último dia 19. O acordo rezava que as partes se abstinham de realizar ataques de caráter militar e liberar o acesso à Faixa de Gaza, por terra, mar e ar, de alimentos, material de construção e remédios. A julgar pela situação humanitária na Gaza pré-ataque, parece que o Hamas estava certo nessa;

2) O Hamas iniciou os ataques contra Israel usando sua arma tradicional: os foguetes Qassam. Tratam-se de projéteis de artilharia rudimentares e sem nenhuma capacidade de se guiarem até os alvos, a não ser pelo cálculo matemático da trajetória na ocasião do lançamento. Seu alcance máximo é de 10 km. No entanto, Israel tem à sua disposição uma força aérea com cerca de 350 aviões de combate modernos, uma marinha com 6 corvetas armadas com mísseis e canhões, além de dezenas de barcos patrulha, fora os avançados sistemas de artilharia, por obuses e foguetes. Aparentemente eles estão usando tudo nesta ação militar;

3) A disparidade entre as forças em combate se traduz no saldo de mortos: 410 no lado palestino, 4 do lado israelense. Sem contar os feridos. Além disso, na região de Gaza estão faltando, mais do que antes, medicamentos, alimentos, e, pasmem, câmaras frigoríficas para acondicionar os mortos antes dos funerais.

Há quem diga, depois de toda essa argumentação, que não existe nada de errado na ação israelense.

Nenhum comentário: