21 de fevereiro de 2009

Objeção De Consciência

Duas coisas acontecem com as forças armadas brasileiras atualmente, no que diz respeito ao serviço militar obrigatório: a primeira é que a grande maioria é dispensada por excesso de contingente, o que leva ao fato de que, na prática, fica quem quer. A segunda é que atualmente o Brasil não se encontra envolvido em nenhum conflito exterior que não seja sob a tutela das Nações Unidas (questione-se o envolvimento brasileiro como representante do imperialismo internacional, mas em outra ocasião), e o passado de regime militar aos poucos vai sendo superado. As ações cívicas dos nossos milicos vão fazendo mais bem que mal.

Isto dito, é engraçado saber que, em certos países, jovens vão para a cadeia por simplesmente discordarem da política de defesa do país e, por tabela, recusarem-se a prestar o serviço militar obrigatório. É o que acontece em Israel com muita gente, alguns ainda no colégio, no equivalente ao nosso ensino médio. Por isso, muitas dessas pessoas são chamadas de Shministim, algo como colegiais ou normalistas, numa tradução livre para o nosso conceito.

Como qualquer grupo passível de repressão, eles organizaram-se política e socialmente em uma associação que opõe-se ao serviço militar obrigatório. Não em geral, mas mais especificamente nos chamados Territórios Árabes Ocupados, que vem a ser a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Eles também não gostam nada da política de ocupação militar continuada sobre um território soberano. E, para colocar sua agenda em prática, pedem apoio de outras pessoas para exercer pressão junto ao governo israelense. 40 mil correspondências já foram enviadas, e quem quiser colaborar pode entrar neste site aqui.

Eu resolvi colaborar. Entrei no site e olhei para a cara de cada um deles, rapazes e moças (sim, em Israel a conscrição vale tanto pra homens quanto para mulheres) entre 18 e 20 anos de idades. Pensei no quanto eu não gostaria caso estivesse na mesma sinuca de bico que eles estão. Independente de qualquer ideologia, trata-se de um governo impor a você algo que é pesado (afinal de contas, é o teu pescoço que está em risco e não se faz isso por um bom motivo) e que não se quer fazer. Quem quiser colaborar, que o faça. Só não atrapalhe, enviando por exemplo mensagens de apoio ao Ministério da Defesa de lá em colocar na cadeia esses "baderneiros".

No site, temos notícias de que dois membros do grupo, Raz Bar-David Varon e Maya Yechieli Wind estão atualmente vendo o sol nascer quadrado em alguma prisão militar. Ao mesmo tempo, dois membros do grupo podem considerar-se vitoriosos e conquistaram a tão sonhada liberação do serviço militar obrigatório. São eles Tamar Katz e Yuval Ophir-Auron.

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