19 de fevereiro de 2008

Uma Nova Fase (2)

O homem largou o osso.

Fidel já estava caindo pelas taperas mesmo. Fraco, doente, não tinha mais como aguentar a barra de governar um país quase sem recursos e com pressão dos norte-americanos praticamente irredutível, ainda mais considerando-se o governo neocon ora no poder por aquelas paragens. Cansa até um sujeito novo, quanto mais um velhinho na casa dos 80 anos (em tempo: não que isso signifique que eu quero criar uma imagem de "vovô Fidel").

Situações duras terminam levando a decisões duras, na verdade duríssimas. Fidel aumentou a repressão a dissidentes políticos, como se ela fosse menos branda antes, mas ainda assim compreensível (que remédio!). Caças MiG-29 derrubaram aviões civis de missionários americanos em atividade no país. Chegou-se a uma situação na qual Cuba perdeu grande parte da simpatia de muitos movimentos de esquerda ao redor do mundo, principalmente na Europa.

O irmão, o tal do Raul Castro, dizem que não é exatamente flor que se cheire no que diz respeito a direitos humanos. Mas pode iniciar uma abertura ao menos econômica no lugar, e desta forma atrair a atenção de mais gente que nós, da América Latina. O mercado consumidor não é lá essas coisas, mas a ilha possui recém-descobertos campos petrolíferos e um capital humano de dar inveja a qualquer país latino-americano.

Cuba continua sendo um país que fez este subcontinente viajar, seja em qualquer ideologia. Isso, porque foi o primeiro país do continente a provar que poderia ter um relativo grau de independência em relação aos EUA. No fundo, no fundo, isso é o objetivo de todo o espectro ideológico deste rincão do mundo.

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