4 de julho de 2009

Golpe Não Tem Eufemismos

(Ok, retomando as atividades deste blog...)

Aconteceu muita coisa enquanto estive ausente. Tivemos a queda de 2 aviões da Airbus, onde os sistemas fly by wire foram colocados em cheque. Tivemos a morte de Michael Jackson, e de Farrah Fawcett também. Mas talvez o que mais balançou o mundo nesta época, na minha opinião, tenha sido o golpe de Estado em Honduras, no final de junho.

E digo por que. Há 7 anos a América Latina não tem um golpe de Estado militarista nos moldes clássicos, e há bem mais tempo que isso não temos um bem sucedido. As alegações dos militares, e da elite por trás deles, nunca muda: fizemos isso porque o presidente iria subverter a democracia, iria se perpetuar no poder, iria instaurar uma ditadura esquerdista, iria, iria, iria.

Nada de fatos concretos. Essa conversa está batida pois começou em 1964, aqui em terras brasileiras. No final das contas, a desculpa é a mesma: subverte-se a democracia para evitar que ela seja subvertida. É um paradoxo que acaba sendo reduzido a um argumento à força, ou seja, o militar e as elites fazem isso porque querem e porque são mais fortes que aquele sujeito que está lá no palácio presidencial.

Um golpe é um golpe. Ponto. Não interessa se o sujeito que estava no poder era um ditador em potencial, até porque era só isso, um potencial. Não havia nada que o incriminasse fora das mentes doentias que perpetraram esse absurdo que deveria ser erradicado da face da Terra. E os governos e organizações de todo o mundo fazem muito bem em condená-lo e isolá-lo.

O pior de tudo é ver gente, nas caixas de comentários dos grandes sites noticiosos do país defendendo coisa igual no Brasil. Verdade seja dita, até hoje não se inventou escudo melhor do que um teclado de computador: evita que você diga algo sem que alguém possa identificá-lo e dar uma resposta à altura, ou mesmo uma represália física às promessas de agressão que o referido troll faz. Uma lástima.

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