22 de agosto de 2007

Agora, Falando Sério














Ontem eu me referi ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha como algo que deveria ser classificado mais como uma organização não-governamental do que um ente soberano de direito internacional, ainda que não tenha soberania sobre um território. Sem querer, e por preguiça de pesquisar, não atentei para o verdadeiro papel desta verdadeira obra de entrega individual que lança um apelo a todos os países.

A organização foi criada em meio à Guerra Franco-Austríaca, isso em meados do século XIX. Um empresário suíço de língua francesa, Henry Dunant, iria discutir com o então imperador Napoleão III as dificuldades de suas empresas realizarem negócios na Argélia, colônia francesa desde 1832. Mas acabou assistindo à Batalha de Solferino, onde 40 mil franceses, austríacos e sardo-piemonteses perderam suas vidas. Voltou para casa chocado e decidiu que tinha de por um fim a todo esse sofrimento. Surgiu assim a base do que viria a constituir-se mais tarde como o CICV e a Federação Internacional das Cruzes e Crescentes Vermelhos.

Nominalmente, membros da organização precisam ser necessariamente cidadãos suíços ou expatriados, o que permitiu que muitos destes emigrassem para o país. São cerca de 800 pessoas trabalhando na sede do comitê, em Genebra, mais 1200 trabalhando em campo. Somados a estes estão 13 mil trabalhadores contratados em diversas áreas de atuação do mundo. O serviço é sustentado por um orçamento anual médio de 900 milhões de dólares, mas quem quiser trabalhar lá precisa saber (por iniciativa do próprio comitê) que o trabalho é duro e necessita que o postulante abra mão de muito de seu conforto, estabilidade e segurança.

Além da Cruz e do Crescente Vermelho (criado por iniciativa do Império Otomano por achar que a Cruz poderia converter quem trabalhasse na associação local), existem símbolos adicionais em determinados países. É o que acontece com a Estrela de Davi Vermelha, usada em Israel, e o Leão-e-Sol Vermelho, usado no Irã pré-revolução. Para dar uma maior unificação ao movimento, uma conferência foi realizada em Genebra, em 2005, e terminou-se por adotar um símbolo neutro, conhecido como Cristal Vermelho, que adorna este post.

Atualmente, existem cerca de 185 federações internacionais de Cruzes, Crescentes e outros símbolos ao redor do mundo. Este tipo de organização, bem como a Caritas Cristã e a CARE, sempre precisam de doação de material, alimentos, remédios e dinheiro, mas principalmente de cooperação e voluntarismo. É uma chance de fazer algo com mais contato com quem realmente precisa.

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