27 de novembro de 2007

Conquista?

Esta semana, relatório do PNUD aponta que o Brasil alcançou pela primeira vez a faixa de alto desenvolvimento humano do IDH, o índice de desenvolvimento humano, que entre outras coisas mede a taxa de analfabetismo, a expectativa de vida e a renda per capita de uma população. Mas, ironia do destino, mais países atingiram a mesma faixa e o Brasil acabou caindo da 69ª para a 70ª colocação, sendo superado por países como Arábia Saudita e Albânia.

Apesar do aparente fracasso, corroborado pelos ainda péssimos indicadores do índice de Gini (superando a marca dos 51 pontos, o que é vergonhoso), é a primeira vez que tal fato ocorre e os analistas do PNUD são categóricos em afirmar que a subida brasileira se deve ao ótimo cenário externo, ao crescimento da economia, à melhoria geral da qualidade de vida da população, e principalmente a programas de redistribuição de renda, como o Bolsa Família e o Fome Zero.

É verdade que o governo Lula está longe de ser um governo perfeito e que a eles cabem pesadas críticas, mas por questões que remetem à própria história política do país e à caracterização das ideologias partidárias, bem como seus grupos de apoio, a oposição e em especial o PSDB não estão aproveitando estes aspectos e continuam na boa e velha cantilena de que podem fazer melhor sem oferecer alternativas concretas. E o que eu estou fazendo aqui é uma análise fria.

Não é preciso ser nenhum especialista em ciência política para perceber que a grande massa eleitoral está pouco se lixando para o fato de o PT ter copiado as políticas tucanas que deram certo. O problema é que, considerando que as mesmas foram "copiadas", elas estão dando certo agora, e não antes. Se alguém chega e propõe acabar com tais benefícios em nome do bem-estar geral da economia brasileira (que no presente momento, e não antes, vai muito bem, obrigado), é lógico que vai ser rechaçado lindamente nas urnas.

E com tanto tempo de poder, ainda não perceberam isso. Francamente.

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