14 de agosto de 2007

Maria, Maria, é um Dom, uma Certa Magia...

Em entrevista recente concedida ao tablóide britânico (aquela classe de empresas que vive da manutenção da monarquia no Reino Unido) "News of The World", a "roqueira" Avril Lavigne fala sobre sua vida pós-casamento. Ela cometeu o que eu chamaria de disparate (mais ainda considerando alguns amigos meus apaixonados por ela) de ir para o altar aos 20 anos de idade. Se bem que, com a grana que ela levou do mercado fonográfico americano... sim, mas voltando ao assunto, Avril falou de detalhes de sua vida depois de juntar os trapos, ainda que mantenha velhos hábitos como, hã, ficar pelada quando toma porres. Conveniente, não?

Mas o que mais me chamou a atenção foi o fato de Avril se dizer uma dona de casa exemplar. Rainha do lar mesmo, com toda aquela atitude de "roqueira" nü-metal. Segundo afirmação da própria, "Sou uma deusa doméstica, conserto coisas quebradas como lâmpadas, coloco quadros e cozinho".

Avril ter afirmado publicamente que é a esposa que todo marmanjo vagabundo pediu a Deus me lembrou uma conversa que eu estava tendo com minha mãe hoje. Ela chegou indignada da padaria com o fato de uma das ajudantes recém-contratadas não saber partir uma galinha para assar. E mostrando os primeiros sinais de que a idade está chegando, que é quando alguém diz, a sério: "No meu tempo era diferente...". E, de fato, minha mãe e minha avó são os últimos gritos de uma época na qual a sociedade nordestina era, sob certos aspectos, patriarcal e matriarcal ao mesmo tempo. Onde mulheres tinham de saber secar feijão e milho, matar as ditas galinhas, e em alguns casos até mesmo empunhar uma arma com maestria.

Mas, vejam como o destino é irônico. Vivendo nas árduas condições do interior do Nordeste (pelo menos eram assim, antes da invenção do açougueiro da bandejinha de isopor), alguém não sabe preparar um corte de carne para fazer recheio para um empadão. E, num Canadá e Estados Unidos onde basta erguer o braço para cair um double cheeseburguer com fritas e uma Coca grande nas suas mãos, eis que surge Avril, cada dia mais comportada e mais pop, dizendo ser acostumada a fazer serviços domésticos e pilotar fogão.

Oh, admirável mundo novo...

2 comentários:

Unknown disse...

Ora Victor, não seja tão cruel!

Enquanto cantora e compositora, Avril é uma digna representante das donas de lar dos comerciais de margarina. Seria capaz, inclusive, de matar o peru pro Dia de Ação de Graças!

Victor disse...

o pior de tudo é imaginar que avril poderia matar o referido penoso apenas colocando pra tocar "sk8ter boi"; eu quase fico assim quando ouço essa música...