10 de julho de 2007

Uma Nova Tradição de Hot-Rods Brasileiros















Design e tecnologia italianas, por incrível que pareça

Arnaldo Tenório, contribuidor das discussões do grupo Ágora (link ao lado), é um dos maiores entusiastas de recuperação de carros antigos que eu conheço, comigo incluso. Ele tinha em mente um projeto no mínimo tentador, e que envolvia o veículo acima ilustrado. O FIAT 147, um dos maiores sucessos de venda da fábrica de Turim, foi fabricado não só na Itália, mas em uma série de países de Terceiro Mundo, como Brasil, Argentina e Turquia. Além disso, cedeu seus préstimos à SEAT espanhola, à Zastava iugoslava e à Lada soviética, onde sobrevive até hoje como aquele carrinho quadradão que era vendido aqui sob o nome de 1300.

Ele gostaria de preparar um Fiat desses, de preferência com a frente utilizada pelos idos de 1980, usando um motor Fiasa 1.5 com injeção multiponto, o mesmo utilizado até bem pouco tempo na família Palio e Fiorino. Mantendo igualmente a caixa de marchas e o escapamento do Fiasa, ainda que preparado para sair um som "bonito", receberia novo estofamento, rodas, pneus, uma suspensão mais elevada e um improviso no protetor de cárter. Pronto: um ótimo carro de rali, com relação peso/potência invejável, está pronto para encarar as trilhas.

Eu ainda faria mais. Acho que, na minha mente doentia, tem um plano de tuning (no meu caso é afinação mesmo, não transformar um carro em árvore de natal) para cada clássico brasileiro, mas não escondo minhas preferência por modelos refrigerados a água. E detalhe, todos eles usariam álcool, já que eu sou uma criatura ecologicamente correta:

Volkswagen Passat: utilizando um dos primeiros modelos, 1975, envolveria a colocação de rodas semelhantes às utilizadas nos veículos de rali (Sportline é o fabricante), uma suspensão mais rígida ou até mesmo regulável, a troca da caixa de mudanças por uma de 5 velocidades, e a alteração mais importante: a colocação de um motor AP1800 Mi. A carroceria seria mantida mais ou menos da mesma forma que a original;

Chevrolet Opala: De preferência um modelo coupé 1980. Eu tenho um especial fetiche pelas caixas de 3 marchas acionadas na coluna de direção, mas para os meus propósitos seria mais interessante uma de 5 marchas. O motor seria o venerável 4.1 "seis canecos", seja o do Omega ou um mais recente com injeção Bosch K-Jetronic. A preparação externa seria feita de modo a lembrar o último SS a sair da linha de produção, embora o acabamento interior teria de ter obrigatoriamente uma coloração bege quase areia. Detalhes em couro sintético;

Ford Corcel I: Alguém é louco de preparar o Windsor 302 V8 do Maverick pra andar com álcool? Por isso que, na Ford, escolho o Corcel I. Na prática, todo Corcel tem um quê de Renault das décadas de 60 e 70 (a Willys, que fabricava modelos Renault licenciados por aqui, foi comprada pela Ford em 1968), e por tabela dos clássicos Alpine franceses que tinham um ar da beira-mar de St. Tropez, com direito a Brigitte Bardot e tudo. Por isso usaria um sedã duas portas com a tradicional pintura azul-geladeira, só que um pouco mais escura. Capô, teto e tampa do porta malas seriam pintados de preto em três camadas. Os bancos, em couro sintético preto. Entra a caixa de mudanças do Del Rey, de 5 marchas. Se desse pra adaptar, entra o motor AP1800 Mi, já utilizado nos Versailles. Se não, a mesma solução do Opala: injeção Bosch. Os pneus seriam de perfil alto em rodas de aro 14.

Com qualquer 15 mil "conto" eu faço o projeto. O problema é justamente a grana aparecer. Enquanto isso, eu fico no suspiro.

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