11 de setembro de 2007

Rostos do Futuro

Em post de ontem, no qual se vê às voltas com alguém que questiona o fato de comparar Sandy com aquela moça hispano-americana que fez o High School Musical e posou pelada, o Hermenauta dá a dica de um site interessante: trata-se do projeto de um fotógrafo turco, Mike Mike (!), que produziu imagens compostas baseando-se em rostos fotografados aleatoriamente em pontos movimentados de grandes cidades do mundo. O resultado pode ser conferido em sua página, aqui.

Ele relata no site que, em determinado momento, enquanto andava no metrô londrino, olhou para as pessoas das mais diversas origens em sua volta, a grande maioria filhos bastardos do outrora enorme império britânico que agora vinham tentar a sorte na metrópole colonial. Eram jamaicanos, paquistaneses (pakis, para os neonazistas locais), indianos, malaios, nigerianos, chineses de Hong Kong, até mesmo irlandeses e australianos. E ele se perguntou: "afinal de contas, qual é a cara de Londres?".

Muito provavelmente sucitando questionamentos que motivaram o também jamaicano Stuart Hall a iniciar seus estudos culturais na Universidade de Birmingham (questionamentos sobre a validade do pensamento de Hall ficam pra outra oportunidade), double Mike colocou-se a imaginar como seria o futuro destas pessoas caso o intercâmbio não só cultural mas também genético se concretizasse de maneira ótima nos próximos anos nas tais grandes cidades. E foi assim que as imagens compostas saíram. No caso de Rio de Janeiro e São Paulo não chega a ser uma grande novidade, já que os rostos resultantes podem ser encontrados em cada esquina. Mas em sociedades ainda majoritariamente brancas, como a inglesa ou a alemã (vide as opções de cidade no site), ou até mesmo a argentina, deve ter sido um choque perceber que aos poucos a loirice tende a desaparecer. Ao menos para os mais conservadores.

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